Carandiru: a vida na casa dos mortos
Em 14 de outubro de 1992, VEJA destrinchava ao longo de mais de dez páginas o que aconteceu na Casa de Detenção de São Paulo, que veio a ser a maior matança num único presídio. Trinta e dois anos depois, o MPSP traz um novo capítulo para a história
TBT 14 DE OUTUBRO DE 1992 | “Em meia hora, a Polícia Militar mata 111 presos da Casa de Detenção de São Paulo, no maior massacre penitenciário dos últimos vinte anos.”
Assim iniciava a reportagem de capa de VEJA que detalhava ao longo de mais de dez páginas o que aconteceu naquele fatídico 2 de outubro.
“Com a movimentação dos policiais, os presos do Pavilhão 9 trocaram a briga entre eles pela preparação de um combate contra os policiais. Vimos a tropa de choque na televisão e escrevemos faixas pedindo negociação, diz preso Antônio Pereira da Silva”, iniciava o especial.
“O empilhamento dos mortos prossegue. Uma parte fica estocada no corredor do 2º andar, outro tanto na barbearia, mais alguns na sala de esportes, uns poucos espalhados pelo presídio”, continuava o texto no que era uma explicação da logística de corpos. “Essa é parte da anatomia da maior matança num único presídio de que se tem notícia”, complementava.
Nesta semana, mais de 30 anos depois da tragédia, o Ministério Público de São Paulo recorreu da decisão do Tribunal de Justiça do estado que extinguiu a pena de todos os policiais condenados pela participação no Massacre do Carandiru.
Em embargo de declaração, o promotor Mauricio Antônio Ribeiro Lopes pediu a anulação do acórdão para que seja reconhecida a impossibilidade de concessão de indulto neste caso.
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