A supremacia do Google

Em 5 de maio de 2010, VEJA destacava em sua capa um especial sobre mais uma revolução do maior buscador do mundo: o tradutor online. No entanto, todo esse poder teve seu preço e agora a Justiça dos Estados Unidos condena a empresa por monopólio ilegal

Por Natália Hinoue SEGUIR SEGUINDO Atualizado em 15 ago 2024, 17h41 - Publicado em 8 ago 2024, 11h30

LEIA ESTA E OUTRAS EDIÇÕES HISTÓRICAS NO APP ASSINE VEJA

Continua após publicidade

TBT 5 DE MAIO DE 2010 | “A língua do Google: a tradução quase instantânea de textos para 52 línguas é apenas o primeiro passo rumo a um comunicador universal em que o idioma deixa de ser barreira e passa a ser portal do grande encontro de culturas. ”

Há quatorze anos, VEJA destacou em sua capa um especial que abordava a revolução que o Google iniciava. Se não bastasse ser o maior mecanismo de busca, a empresa inovava também com o seu tradutor online, que encurtava a distância entre os povos ao passo que amenizava a diferença de línguas.

“Para o leitor é como colocar-se diante de uma biblioteca infinita e descobrir que todas as publicações estão em português”, iniciava a reportagem. “O tradutor do Google está à frente dos rivais. Em pesquisas patrocinadas pelo governo americano, ele supera com frequência ferramentas de outras empresas e universidades. Ele também é reconhecido como o melhor entre os sistemas comerciais”, complementava o texto.

Essa onipresença, no entanto, agora pode custar caro. Nesta segunda-feira, 5, a Justiça do Estados Unidos decidiu que o Google manteve monopólio ilegal sobre buscas online.

A decisão, que pode remodelar o cenário da internet, vem após julgamento de quase um ano em que o Departamento de Justiça americano acusou a empresa de práticas anticompetitivas para proteger sua posição de domínio. O juiz federal Amit Mehta encontrou mérito nas alegações do governo de que a companhia usou seu poder econômico para sufocar a concorrência.

Continua após a publicidade

A direção do Google e sua empresa controladora, a Alphabet, tem afirmado frequentemente que seu sucesso se deve à qualidade superior do produto e à preferência do consumidor. Porém, a decisão do tribunal sugere o contrário. Espera-se um recurso, o que pode levar a uma batalha jurídica prolongada.

Todas as quintas-feiras você, leitor, poderá conferir uma edição antiga no nosso #TBT e ainda consultá-la na íntegra na home do nosso site.