A nuvem cinzenta que encobre São Paulo
Em 11 de junho de 1975, a reportagem de capa de VEJA trazia alguns relatos dos impactos da poluição no dia a dia dos paulistanos. Quase 50 anos depois e a realidade só se agravou: a maior capital do Brasil tem o pior ar do mundo, segundo agência suíça que fez um ranking com 100 grandes cidades do planeta
TBT 11 DE JUNHO DE 1975 | “Comecei a sentir uma falta de ar, uma tosse, parecia que o pulmão ia estourar”, contou dona Santina Chagas a VEJA. Segundo ela, a nuvem invadia as casas e, inicialmente, parecia uma cerração, uma neblina — “mas não molhava e queimava tudo por dentro, quando a gente respirava.”
“Com o menino Fábio Parisotto, 3 anos, a tosse repentina provocaria uma corrida de seus pais ao médico e um diagnóstico absolutamente inesperado para quem nunca, antes, sofrera maiores problemas respiratórios: um quadro alérgico agudo.”
Esses foram alguns relatos de uma reportagem de capa de VEJA de 49 anos atrás, quando a poluição das 900 indústrias de Santo André tomou conta da região do ABC paulista. No entanto, poderiam ser confundidos com relatos atuais.
Isso porque São Paulo está com o pior ar do mundo, segundo o site suíço IQAir. Se não bastasse a poluição rotineira, a maior capital do Brasil vem recebendo fumaça de todos os cantos do país. Parte dela vem do interior do estado. São 13 cidades com focos ativos de incêndio.
E a situação não deve melhorar muito. Especialistas dizem que a fumaça deve permanecer encobrindo boa parte do país e deve se espalhar mais chegando à Argentina e ao Uruguai.
A falta de umidade é causada em todos o país é, segundo climatologistas, reflexo da seca da Amazônia. A região é a responsável por espalhar umidade pelo país. Sem ela não há chuvas na maior parte do país.
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