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Consumo de açúcar deve ser controlado assim como álcool e tabaco

Relatório concluiu que danos provocados pelo excesso de açúcar são tão graves quanto os causados por bebida alcoólica e cigarro

Por Da Redação
2 fev 2012, 09h37

Segundo artigo publicado nesta quinta-feira na conceituada revista Nature, o açúcar deve ser controlado da mesma maneira que o álcool e o tabaco como forma de proteger a saúde pública. O relatório, feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia, São Francisco (UCSF), nos Estados Unidos, considerou que os prejuízos provocados pelo consumo exagerado do açúcar estão contribuindo para a pandemia global que se tornou a obesidade e, consequentemente, para o aumento da mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis.

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DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

São doenças como as cardiovasculares, respiratórias crônicas e o diabetes, que têm como fatores de risco comportamentos modificáveis ou não. Tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade e maus hábitos alimentares são alguns dos fatores de risco modificáveis. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), essas doenças são responsáveis por 58.5% das mortes mundiais e por 45.9% da carga global de doenças. No Brasil, essa tendência não é diferente: dados do Ministério da Saúde mostram que essas doenças são responsáveis por 75% da receita do Sistema Único de Saúde (SUS).

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OBESIDADE

A obesidade é a quinta causa de morte mais comum no mundo, segundo a OMS. Ela atinge cerca de 500 milhões de adultos e 170 milhões de crianças ao redor do mundo. No Brasil, de acordo com dados da Vigilância de Doenças Crônicas (Vigitel) de 2010, 14.4% dos homens e 15.5% das mulheres têm obesidade.

Os dados do relatório revelam que o consumo mundial de açúcar triplicou nos últimos 50 anos e que esse quadro é um dos grandes responsáveis pelo aumento do número de obesos. Mas, segundo os pesquisadores, a obesidade pode ser um marcador para os danos provocados pelos efeitos tóxicos do açúcar, o que ajudaria a explicar o porquê de 40% das pessoas com síndrome metabólica, que pode levar ao diabetes, a doenças cardíacas e ao câncer, não serem clinicamente obesas.

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Calorias e toxidade- Os cientistas que desenvolveram o estudo formaram um grupo interdisciplinar composto por especialistas em endocrinologia, saúde pública e sociologia. Segundo os pesquisadores, os prejuízos do açúcar vão além do excesso de calorias e do ganho de peso. Se consumido em grande quantidade, o que não é incomum principalmente nos países ocidentais, ele pode alterar o metabolismo do indivíduo, aumentando sua pressão arterial, interferindo no funcionamento dos hormônios e provocando danos significativos ao fígado. Esses problemas de saúde, de acordo com o relatório, são semelhantes aos provocados pelo excesso de álcool.

“Assim como existem gorduras boas e más, há calorias boas e ruins. O açúcar, além de calórico, é tóxico. Mas, enquanto as pessoas o considerarem apenas como ‘caloria vazia’, não haverá resolução dos problemas vindos do seu excesso de consumo”, afirma Robert Lustig, professor da UCSF e um dos autores do estudo. “Porém, mudar padrões como esse é muito complicado”.

Formas de controle- Os autores do relatório ainda chamam a atenção para o fato de que medidas individuais de redução de açúcar não são suficientes para que o problema acabe. Eles defendem que soluções ambientais e sociais, assim como as que foram tomadas em relação ao álcool e ao tabaco, são fundamentais. Medidas como cobrança de impostos sobre vendas, controle do acesso e maiores exigências em relação ao licenciamento de lugares que vendem alimentos com alto teor de açúcar em escolas, por exemplo, são algumas das sugeridas pelo documento.

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“Não estamos falando de proibição e nem defendendo uma imposição maior do governo na vida das pessoas”, afirma Laura Schmidt, professora da UCSF e outra autora do estudo. “Nós estamos considerando maneiras suaves para tornar o consumo de açúcar um pouco menos conveniente. O que buscamos é aumentar as opções e o acesso a alimentos que não sejam tão carregados em açúcar”, diz a professora.

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