Senadores vão à PGR contra Padilha após manobra anti-Lava Jato

Parlamentares querem que Ministério Público investigue a atuação de Padilha e da nova AGU Grace Mendonça para "abafar a Lava-Jato"

Por Laryssa Borges SEGUIR SEGUINDO 13 set 2016, 17h26

Fábio Medina Osório, Advogado Geral da União — Fábio Medina Osório, ex-Advogado Geral da União (Pedro Ladeira/Folhapress)

Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Humberto Costa (PT-PE) e parlamentares que integram o bloco formado por PSB, PCdoB e PPS protocolaram nesta terça-feira representação contra o ministro-chefe da Casa Civil Eliseu Padilha e contra a nova advogada-geral da União (AGU) Grace Mendonça para que se investiguem as suspeitas de que o governo do presidente Michel Temer esteja atuando para blindar políticos e abafar as investigações da Operação Lava Jato.

VEJA revelou, com exclusividade, a denúncia do ex-advogado-geral da União Fábio Medina Osório, demitido na semana passada depois de recorrentes atritos com o Palácio do Planalto. Segundo Osório, o esgarçamento das relações com Padilha chegou ao ponto alto quando ele solicitou acesso a inquéritos de parlamentares investigados no mega esquema de corrupção na Petrobras e quando sinalizou a intenção de mover ações de improbidade administrativa contra eles. O ex-AGU informou ainda que os inquéritos contra os políticos da Lava-Jato deveriam ser copiados em um HD, mas os documentos nunca eram repassados. Conforme Medina Osório, então secretária-geral de Contencioso da AGU Grace Mendonça justificou a demora porque não conseguira encontrar um HD.

“É uma denúncia muito grave. É inadmissível que o chefe da Casa Civil atue nos bastidores para acabar com uma das nossas principais armas contra a corrupção que é a Lava Jato. Esperamos que a Procuradoria faça uma ampla investigação sobre os gravíssimos casos denunciados”, disse Randolfe Rodrigues.

A VEJA, Fábio Medina Osório resumiu: “me parece que o ministro Padilha fez uma intervenção junto a Grace Mendonça, que, de algum modo, compactuou com essa manobra de impedir o acesso ao material da Lava Jato”.