Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Em meio a fila de delações, Cuiabá elege prefeito

Apenas no último ano, foram nada menos que 24 operações da Polícia Federal no estado do Mato Grosso

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 set 2016, 20h16 - Publicado em 23 ago 2016, 12h49

O estado do Mato Grosso vive um cenário de tempestade perfeita. Há filas de criminosos negociando fechar delações premiadas e escancarar esquemas de corrupção que envolvem políticos de todas as matizes partidárias. No último ano, foram nada menos que 24 operações da Polícia Federal no estado. Uma das mais recentes, a Rêmora, atingiu o então secretário de Educação do governo estadual, Permínio Pinto (PSDB) – um empresário foi flagrado em vídeo recebendo propina para direcionar editais de licitação na Secretaria dirigida pelo tucano.

Especial eleições 2016
Acesse a página com a cobertura nas 26 capitais
Conheça os candidatos à prefeitura de Cuiabá

Em meio a tentativas de desmonte de esquemas históricos de corrupção, nas eleições de outubro, as primeiras em que o financiamento empresarial está oficialmente proibido de abastecer os caixas das campanhas, o Ministério Público Eleitoral estará de olho na atuação cristalizada de bancos clandestinos que atuam como patrocinadores de políticos em campanha no Mato Grosso. E especialmente naquilo que o MP acredita que será o boom dos financiamentos paralelos deste ano: armazenamento de dinheiro em espécie e transporte de valores em aviões.

As eleições municipais marcam também a tentativa dos candidatos de se desvincularem da figura do ex-governador-presidiário Silval Barbosa (PMDB), detido preventivamente em setembro de 2015 e prestes a completar um ano na cadeia. Entre o sem-número de escândalos políticos desbaratados pela atuação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Polícia Federal, Barbosa e seu grupo político são a personificação de um esquema de desvio de dinheiro, corrupção de agentes públicos e lavagem de valores no estado.

Continua após a publicidade

Pergunte ao candidato: Envie sua pergunta pelo Whatsapp (11-9-99485558) ou pelo site de VEJA
Tire suas dúvidas sobre as eleições municipais de 2016

Operador confesso de caixa dois de campanha, o ex-secretário estadual de Fazenda Éder Moraes, também preso, relatou em depoimento uma conversa ríspida com Silval depois de ter sido dispensado da estrutura criminosa. No diálogo, deu o tom do sistema de arrecadação do político: afirmou que a campanha do peemedebista gastou mais de três vezes o valor declarado oficialmente à Justiça Eleitoral.

No cardápio de candidatos à disposição do eleitor em Cuiabá, a sombra de Silval Barbosa repousa incomodamente sobre o virtual favorito ao Palácio Alencastro, Emanuel Pinheiro (PMDB). O deputado estadual era da base de sustentação do governo Silval e defendia o então chefe do Executivo no início das investigações de desvio de dinheiro público, em 2012. Egresso do PR, também foi secretário-geral do partido e teve como correligionários Éder Moraes e o ex-secretário da Casa Civil Pedro Nadaf, ambos aliados de Silval e presos por escândalos de corrupção. “Quem não teve relacionamento com o Silval que atire a primeira pedra”, minimiza um deputado federal.

Continua após a publicidade

Emanuel Pinheiro passou à condição de favorito depois de o atual prefeito e líder nas pesquisas Mauro Mendes (PSB) ter anunciado sua retirada da disputa às vésperas do prazo final das convenções partidárias. Um misto de processos acumulados, empresas em situação de insolvência e, pelo menos oficialmente, pressões familiares contribuiu para a saída de Mendes. No xadrez político, o governador Pedro Taques (PSDB) se viu de um dia para outro sem candidato, sob ameaça de perder a prefeitura para a oposição e com risco de esfacelamento de sua base de vereadores.

Para fazer frente ao novo favoritismo de Pinheiro, o ex-prefeito Wilson Santos (PSDB) foi ungido às pressas como candidato governista, embora já sob o desgaste de representar uma gestão às turras com o funcionalismo público por ter anunciado que não tinha recursos para repor as perdas salariais provocadas pela inflação de 2015. Ainda na disputa e por ora líder nas pesquisas disponíveis, em um misto de voto de protesto e busca de distância de políticos tradicionais, desponta o folclórico e eterno candidato Procurador Mauro (PSOL) – está na sexta campanha seguida.

Longe de cargos políticos desde 2010, a ex-senadora pelo PT e professora aposentada Serys Slhessarenko (PRB) também concorre ao Palácio Alencastro. Completam a lista de adversários o ex-juiz Julier Sebastião (PDT) e o historiador Renato Santtana (Rede).

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.