Usuários de iPhone e iPad iniciam processo contra Apple
Consumidores dos dispositivos relatam problemas envolvendo privacidade
Um grupo de usuários de iPhone e iPad decidiu processar a Apple por problemas envolvendo privacidade. Os adeptos dos dispositivos móveis da empresa alegam que aplicativos disponíveis nas duas plataformas repassam informações pessoais a anunciantes sem consentimento prévio.
No processo apresentado a um tribunal federal na Califórnia, nos Estados Unidos, os usuários solicitam a proibição do uso de informações pessoais sem permissões – e, no caso de sua utilização, uma remuneração pela liberação de seus dados.
Além da Apple, fabricantes de aplicativos populares como Textplus4, Paper Toss, Weather Channel, Dictionary.com, Talking Tom Cat e Pumpkin Maker também foram apontados como réus no processo. “Nenhum dos acusados informou devidamente quanto às suas práticas, e nenhum obteve o consentimento deles para essas ações”, afirma a petição apresentada em 23 de dezembro.
O número de identificação presente em todos os aparelhos – e que permite o seu bloqueio – se tornou um atraente recurso para anunciantes que buscam rastrear de maneira confiável as atividades on-line dos usuários de aparelhos móveis, segundo o processo. O conteúdo compartilhado é, digamos, uma mina de ouro. Afinal, uma vez disponíveis, as informações permitem mapear hábitos e preferências para ações publicitárias dirigidas aos diferentes perfis – ou potenciais consumidores.
Em abril, a Apple alterou seu contrato padrão com criadores de aplicativos, proibindo o envio de informações a terceiros, com exceção daquelas consideradas diretamente necessárias à funcionalidade dos programas. No entanto, o processo alega que a Apple não fez nada para colocar a medida em prática ou fiscalizá-la de maneira significativa.
No início do mês, o jornal americano Wall Street Journal revelou que serviços – gratuitos ou pagos – oferecidos aos donos de iPhone e aparelhos com sistemas operacionais Android transmitem dados privados regularmente sem um aviso claro ao principal interessado: o dono da informação. Quase 50% dos 101 aplicativos testados tinham condições de compartilhar a localização geográfica do aparelho. O que mais assusta: cinco deles enviavam informações como idade, profissão e gênero para terceiros.
(Com agência Reuters)