SUS e planos de saúde vão cobrir troca de silicone adulterado
Em caso de ruptura do implante, mulheres poderão fazer cirurgia reparadora custeada pelo Sistema Único de Saúde
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou, nesta quarta-feira, que pacientes com próteses de silicone da marcas francesa PIP e da holandesa Rofil poderão fazer as cirurgias de reparo custeadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os planos de saúde também deverão cobrir a troca.
A orientação é a mesma já dada pelo Ministério da Saúde na última quinta-feira. Essa, porém, é a primeira vez que o governo se manifesta claramente sobre a assistência a mulheres que passaram por problemas em razão das próteses adulteradas.
“A partir do momento que se identifica a ruptura do implante, é entendida como uma cirurgia reparadora. O SUS ampara e vai amparar as mulheres independentemente da origem da prótese”, disse o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, segundo a Agência Brasil. De acordo com Barbano, a orientação mudou após determinação da presidente Dilma Rousseff.
A cobertura vale para as pacientes que passaram por uma mastectomia quanto para mulheres que fizeram plástica com fins estéticos em estabelecimentos privados, mas que apresentaram problemas de saúde e foram orientadas a substituir o implante. Barbano afirmou que os planos de saúde também deverão cobrir as cirurgias reparadoras.
O Ministério da Saúde ainda vai definir o protocolo de atendimento, com orientações sobre os exames necessários para detecção de problemas e qual área do SUS as mulheres devem procurar.
Reunião – A declaração foi dada após reunião com representantes dos cirurgiões plásticos e mastologistas realizada nesta quarta-feira.
Entre os assuntos discutidos na reunião estão a criação de um banco de dados para prótese mamária semelhante ao que já existe para prótese ortopédica; inspeção a partir deste mês de janeiro em 21 fábricas no exterior e três no Brasil; a disponibilização de cadastro nacional no portal da Anvisa para usuárias de prótese; contato pessoal com todas as mulheres que entraram em contato com Anvisa para relatar ruptura de prótese PIP; e inspeção, lote a lote, em todas as marcas de prótese que entrarem no Brasil.
De acordo com a Anvisa, cerca de 400.000 mulheres têm próteses de silicone de mama do Brasil. Do total, 12.500 usaram produtos da PIP e 7.500 da Rofil.