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Pesquisa brasileira descobre que melatonina pode combater câncer de mama

Em experimento, ‘hormônio do sono’ foi capaz de reduzir pela metade o crescimento do tumor em camundongos

Por Da Redação
8 jul 2013, 09h47

A melatonina é conhecida por ser responsável pela regulação do relógio biológico e, portanto, regular funções do organismo como a fome e o sono. Alguns estudos já comprovaram a eficácia da melatonina na prevenção de distúrbios como a diabetes e a enxaqueca, mas seu papel no combate contra o câncer ainda era incerto.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Avaliação in vitro e in vivo da metástase mediada pelo ROCK e miR-17 no câncer de mama em resposta aos tratamentos com melatonina e curcumina

Onde foi divulgada: Biblioteca Fapesp

Quem fez: Débora Zuccari e Bruna Victorasso Jardim

Instituição: Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

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Dados de amostragem: 13 camundongos

Resultado: A melatonina contribuiu para a redução do crescimento dos tumores em camundongos

Uma nova pesquisa, realizada por um grupo de cientistas da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), porém, pode ajudar a esclarecer a questão. No experimento, uma linhagem de células metastáticas, ou seja, células cancerígenas com tendência a se propagarem pelo organismo, atingindo regiões do corpo diferentes daquelas onde foram encontradas, foram implantadas no dorso de um grupo de camundongos.

Uma parte dos roedores recebeu apenas placebo, enquanto a outra parte recebeu doses diárias de um miligrama de melatonina durante 21 dias após a implantação das células. Ao término do período, os camundongos que foram tratados com o hormônio apresentaram tumores que mediam aproximadamente metade do tamanho daqueles apresentados pelo outro grupo, que não teve contato com a substância – a média de volume dos tumores dos animais que receberam melatonina foi de 144,89 milímetros cúbicos, enquanto a dos outros foi de 282,03 milímetros cúbicos.

“O objetivo geral do nosso trabalho foi verificar a angiogênese (crescimento de novos vasos sanguíneos, que servem para ‘alimentar’ os tumores) e metástase em resposta ao tratamento com a melatonina”, explica Débora Zuccari, coordenadora do Laboratório de Investigação Molecular do Câncer (Limc) e orientadora da pesquisa, em entrevista ao site de VEJA. Em outras palavras, o propósito do estudo foi verificar se a melatonina era capaz de impedir que o tumor produzisse seus próprios vasos sanguíneos para poder crescer e, assim, impedir a metástase.

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Os experimentos com os camundongos foram realizados no Hospital Henry Ford, nos Estados Unidos, durante o doutorado em genética da aluna Bruna Victorasso, e fazem parte de um trabalho maior, conduzido por Débora Zuccari, que tenta identificar a relação entre o câncer de mama e a melatonina. Antes dos estudos com os camundongos, experimentos envolvendo as células cancerígenas introduzidas nos animais foram conduzidos em laboratório.

Segundo Bruna, mulheres que apresentam deficiência na produção de melatonina podem ser mais suscetíveis ao câncer de mama. “Existem estudos científicos que relacionam o trabalho noturno com o aumento do risco do câncer de mama, uma vez que a exposição à luz artificial à noite reduz a secreção da melatonina”, conta. “Nesse sentido, pretendemos desenvolver um novo estudo para verificar se há diferença entre os níveis de melatonina entre mulheres com câncer de mama e mulheres saudáveis.”

Saiba mais

MELATONINA

A melatonina, produzida pela glândula pineal, localizada no cérebro, é fundamental para regularizar o nosso relógio biológico e, assim, regular sono, fome e diversas funções no organismo. Em países como os Estados Unidos e os da Europa, ela é amplamente comercializada como uma vitamina e, em lugares como Argentina e Chile, como remédio.

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No Brasil, porém, ela não pode ser comercializada pois não possui registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). De acordo com o órgão, o último pedido para registro da substância foi feito em 2003 e foi indeferido por estar “em desacordo com a legislação vigente”. Não houve um novo pedido desde então. No entanto, também não há uma proibição expressa ao uso da substância, de forma que o paciente que desejar pode importá-la para uso próprio.

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