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Ruanda quer circuncidar 2 milhões até 2013

O procedimento, que demora cerca de 30 minutos, é feito com anestesia local e reduz em 60% os riscos de transmissão do vírus em relações heterossexuais

Por Aretha Yarak, de Ruanda
28 nov 2011, 06h07

Em frente à entrada do setor de cirurgias do Grahini Health Center, na região de Kayonsa, em Ruanda, dezenas de homens se aglomeram em uma fila desordenada. Sentado à sombra, Mbarushimana Elie aguarda sua vez. Assim como os outros homens sentados à sua volta, Elie procurou a clínica depois de ficar sabendo de uma campanha nacional para circuncisão. “Além de gratuita, a operação ajuda a me proteger contra o vírus da aids”, diz. O procedimento vem atraindo um número crescente de homens no país graças a uma série de vantagens: demora apenas cerca de 30 minutos, é feito com anestesia local e reduz em 60% os riscos de transmissão do vírus em relações heterossexuais. A recepção positiva entre os ruandeses vai ao encontro da meta do governo: circuncidar 2 milhões de homens em idade sexual até 2013.

Mbarushimana Elie
Mbarushimana Elie (VEJA)

Mbarushimana Elie, 19 anos, passou pelo procedimento há um mês. De volta ao hospital para exames pós-operatórios, ele sai em defesa da circuncisão. “Alguns amigos ainda estão desconfortáveis com a ideia, mas eu faço questão de explicar como é feito, que se trata de um procedimento tranquilo e que não precisa ter medo”, diz. O processo de cicatrização, por ser simples, também ajuda a convencer os pacientes. Segundo Jennifer Mbabazi, médica do Ministério da Saúde e uma das responsáveis pelo programa, em até seis dias a cicatrização já está estável e em seis semanas os homens podem voltar à vida sexual. “A circuncisão não faz parte da cultura de Ruanda, mas há um trabalho tão intenso das autoridades de saúde nas comunidades, que estamos começando a colher os resultados”, afirma.

Apenas no Grahini, o principal centro local, são realizados 25 procedimentos por dia. Nos finais de semana, o número de operações dobra, com 50 pacientes aos sábados, mais 50 aos domingos. As cirurgias tiveram início em outubro de 2010 como parte do programa de prevenção à aids, financiado pelo Fundo Global. Hoje, a circuncisão tem sido tão divulgada por agentes comunitários e propagandas institucionais que há o apoio até mesmo das mulheres – já foram realizados 650 procedimentos. Mas o uso da camisinha continua sendo essencial, uma vez que o procedimento não garante 100% de proteção. “Essa é uma informação que deixamos bem clara repetidas vezes”, afirma Jennifer.

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