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Isolamento social pode levar à produção de menos mielina, mostra estudo

Com os resultados obtidos, os pesquisadores acreditam que a pesquisa pode ajudar no tratamento de pacientes com esclerose múltipla

Por Da Redação
12 nov 2012, 17h26

Isolamento social por longos períodos pode levar a uma menor produção de mielina no cérebro de adultos, revela uma pesquisa publicada neste domingo na revista Nature Neuroscience. A bainha de mielina é uma espécie de camada que envolve as fibras nervosas com a função de acelerar os impulsos nervosos. Dessa forma, uma disfunção na produção de mielina faz com que os impulsos não sejam transmitidos de forma adequada e debilita as funções neurológicas. CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Impaired adult myelination in the prefrontal cortex of socially isolated mice

Onde foi divulgada: revista Nature Neuroscience

Quem fez: Jia Liu, Karen Dietz, Jacqueline M DeLoyht, Xiomara Pedre, Dipti Kelkar, Jasbir Kaur, Vincent Vialou, Mary Kay Lobo, David M Dietz, Eric J Nestler, Jeffrey Dupree & Patrizia Casaccia

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Instituição: Universidade de Buffalo e da Mount Sinai School of Medicine

Resultado: Os pesquisadores isolaram camundongos por oito dias e depois mediram a atividade cerebral nos animais. Eles constataram que os roedores passaram a produzir menos mielina no córtex pré-frontal. Cientistas da Universidade de Buffalo e da Mount Sinai School of Medicine, ambas nos Estados Unidos, isolaram por oito semanas camundongos, considerados animais altamente sociáveis, induzindo-os a um estado depressivo. Quando comparados a animais que continuaram em grupos, exames nos tecidos nervosos revelaram que os roedores antissociais passaram a produzir menos mielina na região do cérebro conhecida como córtex pré-frontal – responsável pelo comportamento emotivo e cognitivo. Espera-se que um efeito semelhante ocorra no cérebro humano, mas para confirmá-lo novas pesquisas serão necessárias. De acordo com os pesquisadores, os resultados são importantes porque ajudam a compreender a plasticidade cerebral em adultos. Já se conhecia que pouca interação social entre recém-nascidos e crianças podia levar a um desenvolvimento insuficiente de mielina, “mas não se sabe ao certo como essa forma de plasticidade afeta o cérebro de adultos”, escrevem os autores. Para a doutora Patrizia Casaccia, da Mount Sinai School of Medicine e uma das autoras do artigo, a pesquisa pode no futuro ajudar no tratamento de doenças graves relacionadas à falta de mielina no cérebro. “Em um paciente com esclerose múltipla, uma doença que tende a levar ao isolamento social, a mielina danificada precisa ser reparada. Portanto, a formação de nova mielina é muito importante”, afirmou a pesquisadora ao site de VEJA. “Se o paciente for socialmente ativo e busque ver amigos com frequência, levando adiante uma vida cheia de coisas interessantes, então a mielina poderá ser formada e ajudar a reparar a camada danificada.” Outra autora da pesquisa, Karen Dietz, da Universidade de Buffalo, disse que os resultados “abrem uma nova avenida de investigação para entender como os distúrbios de mielina e humor se relacionam.” Após serem reinseridos em comunidades de camundongos, a produção de mielina nos roedores voltou aos níveis normais, o que sugere que os efeitos negativos do isolamento social podem ser revertidos.

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