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Exposição ao bisfenol A pode provocar doenças cardíacas a longo prazo

Substância presente em alguns plásticos já havia sido relacionada a outros danos à saúde, mas essa é a primeira vez que é associada a problemas no coração

Por Da Redação
29 fev 2012, 09h57

Pela primeira vez, uma pesquisa concluiu que a exposição ao bisfenol A (BPA), substância presente em diversos produtos de plástico feitos a partir de policarbonatos, aumenta os riscos do aparecimento de doenças cardíacas ao longo da vida. O estudo, feito por pesquisadores da Universidade de Exeter e da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, foi publicado na edição desta semana do periódico Circulation.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Urinary Bisphenol: A Concentration and Risk of Future Coronary Artery Disease in Apparently Healthy Men and Women

Onde foi divulgada: periódico Circulation

Quem fez: David Melzer, Nicholas J. Osborne, William E. Henley, Ricardo Cipelli, Anita Young, Cathryn Money, Paul McCormack, Robert Luben, Kay-Tee Khaw, Nicholas J. Wareham e Tamara S. Galloway

Instituição: Universidade de Exeter e Universidade de Cambridge, Inglaterra

Dados de amostragem: Amostras de urina de 1.619 indivíduos

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Resultado: Pessoas que apresentavam maior concentração de bisfenol A na urina apresentaram maior risco de desenvolver problemas cardíacos

O BPA vem sendo acusado de provocar diversos danos à saúde por vários artigos científicos. São problemas como alteração do sistema endócrino, predisposição ao desenvolvimento de tumores, infertilidade, câncer de mama e de intestino, puberdade precoce, obesidade, Síndrome de Down e hiperatividade. No entanto, nunca havia sido feita a associação entre a substância e problemas cardíacos.

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O novo estudo se baseou em dados do Epic (European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition, na sigla em inglês), um levantamento populacional feito a longo prazo desenvolvido pela Universidade de Cambridge. Os pesquisadores compararam amostras de urina de 758 indivíduos que eram saudáveis quando participaram do estudo, mas desenvolveram doença arterial coronariana ao longo de dez anos, com amostras de 861 pessoas que também eram saudáveis, mas que continuaram sem problemas cardiovasculares. Os participantes tinham entre 40 e 74 anos quando o levantamento foi feito.

Os resultados demonstraram que aqueles que tinham maiores concentrações de BPA nas amostras de urina no começo do estudo tinham mais chances de sofrer de doença arterial coronariana nos dez anos seguintes. No entanto, os pesquisadores afirmam que ainda é difícil determinar o quão prejudicial para o coração é a substância, mas que provavelmente ela atue junte a fatores de risco como tabagismo, e pressão e colesterol altos.

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Saiba mais

DOENÇA CORONARIANA

Também chamada de coronariopatia, é uma frequente doença cardiovascular na qual o transporte que leva o sangue ao músculo cardíaco está bloqueado parcial ou completamente. É provocada pelo depósito de colesterol e outras gorduras nas paredes das artérias coronárias. Embora atinja os dois sexos, acomete os homens em geral dez anos mais cedo e, geralmente, acomete as mulheres após a menopausa. Idade avançada, pertencer ao sexo masculino, e ter histórico familiar na doença na família são alguns dos fatores de risco do problema, que também envolvem hábitos de vida, como tabagismo, má alimentação, sedentarismo e obesidade.

“Nosso estudo reforça a relação estatística que há entre BPA e doenças cardíacas. Entretanto, ainda não podemos afirmar que a substância cause diretamente o problema”, afirma David Melzer, que coordenou o estudo. “Devemos, agora, exigir que os órgãos governamentais organizem testes de segurança do composto, já que não há clareza sobre como o bisfenol A se comporta no organismo”, diz.

Substância perigosa – Com a divulgação de diversas pesquisas evidenciando os efeitos prejudiciais do bisfenol A aos indivíduos, especialmente às crianças, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estipulou, em setembro de 2011, o fim da comercialização de mamadeiras feitas a partir do BPA. A decisão, que já havia sido tomada por outros países, começou a valer no Brasil a partir do primeiro dia deste ano. Os médicos afirmam que a substância funciona como um desregulador endócrino, ou seja, imita a ação de hormônios no nosso corpo e, por isso, pode desencadear diversos problemas de saúde.

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