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Cientistas descobrem ‘ponto fraco’ do parasita da malária

Descoberta pode levar ao desenvolvimento de novas vacinas contra a doença

Por Da Redação
1 set 2011, 19h46

Cientistas das universidades da Califórnia em São Francisco (UCSF) e Stanford, nos Estados Unidos, descobriram um mecanismo específico desencadeado em uma organela do parasita da malária que é crucial para a sua proliferação no sangue humano. A descoberta do ‘calcanhar de Aquiles’ do Plasmodium foi descrita em um artigo publicado no periódico científico especializado PLoS Biology.

Glossário

  1. Malária – Doença causada pela infecção dos glóbulos vermelhos humanos por quatro espécies do parasita unicelular Plasmodium: Plasmodium vivax, Plasmodium ovale, Plasmodium malarie e Plasmodium falciparum. Até 500 milhões de pessoas podem estar infectadas atualmente no mundo, causando a morte de pelo menos 1 milhão pessoas anualmente.
  2. Plasmodium falciparum É a espécie mais perigosa para o ser humano, porque se estabelece no sangue de forma agressiva: faz com que as células humanas infectadas ‘grudem’ nas paredes dos vasos sanguíneos, causando lesões e hemorragias, já que o parasita causa a ruptura celular após sua multiplicação. Causa sérios danos ao cérebro, pulmões e rins.
  3. Ciclo de vida do parasita – A fêmea de um mosquito do gênero Anopheles pica um indivíduo com malária, extraindo o sangue infectado. Dentro do inseto, o parasita se multiplica e migra para as glândulas salivares. Ao picar outra pessoa, o mosquito injeta o Plasmodium com a saliva. Dentro do corpo humano, o parasita se instala no fígado para se multiplicar. Parasitas maduros são lançados no sangue, atacando glóbulos vermelhos.
  4. Organela – Estrutura celular diferenciada e especializada separada do resto da célula por uma membrana de proteínas e lipídeos. Exerce funções específicas, como os órgãos no corpo. O apicoplasto é uma organela exclusiva de protozoários do filo Apicomplexa – que inclui o Plasmodium e o Toxoplasma -, responsável pela produção de um composto que garante a construção de moléculas essenciais para sua sobrevivência.

Desde 1996, cientistas sabiam que uma organela – o apicoplasto – presente no parasita poderia desempenhar uma função muito importante no processo de infecção, a exemplo de outras organelas presentes em outros organismos. Mas somente agora os pesquisadores descobriram que ela garante a sobrevivência do Plasmodium ao produzir um composto envolvido na construção de moléculas cruciais ao funcionamento da célula. Sem o composto, o parasita não consegue se multiplicar.

Esse conhecimento pavimenta o caminho para a criação de uma nova vacina contra a doença — atualmente, há vacinas em teste, mas nenhuma é usada de maneira ampla. Parasitas da malária sem a organela podem sobreviver apenas uma geração – o suficiente para o organismo humano detectar a presença do invasor e produzir anticorpos contra ela, mas não para causar a doença. Assim, os cientistas pretendem desenvolver uma versão debilitada do Plasmodium no laboratório capaz de desenvolver a resistência em uma pessoa sem afetar sua saúde.

A mesma abordagem poderia ser usada no combate a outros parasitas que também possuem a organela apicoplasto, como a que causa toxoplasmose. “É como se tivéssemos desenhado uma bomba-relógio dentro do parasita que está pronta para explodir e, quando isso ocorre, o parasita morre”, explicou DeRisi, diretor do estudo.

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