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Bisfenol A prejudica fertilidade e aumenta o risco de síndrome de Down em fetos

Exposição à substância, mesmo em quantidade recomendada por autoridades médicas, prejudica desenvolvimento dos futuros filhos

Por Da Redação
22 set 2011, 08h59

Uma semana após a Anvisa proibir o uso do bisfenol A em mamadeiras, outro estudo mostra seus efeitos prejudiciais às crianças e bebês. Mulheres expostas ao bisfenol A, ou BPA, um polímero usado na fabricação de plásticos, podem ter o desenvolvimento de seus ovócitos e óvulos prejudicado. Essa foi a conclusão de um estudo feito por pesquisadores da Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha, que demonstrou que o contato com essa substância pode diminuir a fertilidade dos futuros filhos e até causar síndrome de Down nas gerações seguintes.

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OVÓCITO

Célula germinativa feminina que pode se converter em um óvulo. As mulheres nascem com milhões de ovócitos, mas a maioria se desintegra ao longo da vida. Somente por volta de 400 ovócitos são liberados ao longo da fase reprodutiva da mulher, um em cada ciclo menstrual. Como eles não conseguem realizar os processos de regeneração celular, eventuais anomalias cromossômicas não são reparadas e podem dar origem a filhos com sérios problemas de saúde.

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A pesquisa, publicada no Human Reproduction, periódico da Faculdade de Medicina da Universidade de Oxford, na Inglaterra, foi feita em parceria com o Hospital Vall d’Hebron, que também fica em Barcelona. Foram analisados os efeitos do BPA em uma amostra de 21 570 ovócitos in vitro em ambientes com e sem a presença da substância.

Os resultados demonstraram que o contato com o bisfenol A reduziu o número de ovócitos e, consequentemente, afetou a fertilidade das mulheres. Além disso, dobrou o risco de troca de cromossomos durante o processo de divisão celular. Observações específicas no cromossomo 21 no desenvolvimento de 90 ovócitos revelaram que tal exposição aumentou o risco de síndrome de Down em gerações futuras do feto.

A concentração de bisfenol A aplicada nos experimentos, entretanto, estava dentro do limite recomendado por autoridades europeias (European Food Safety Authority) e dos Estados Unidos (Environmental Protection Agency). A pesquisa sugere que seguir os limites legais não implica que a exposição à substância seja adequada.

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Diferente de estudos anteriores, que foram feitos em camundongos, essa pesquisa usou pela primeira vez células humanas para analisar o processo de divisão dos ovócitos, ou seja, a meiose, que é quando os cromossomos se recombinam. As informações obtidas in vitro com células humanas foram praticamente idênticas às observadas por modelos de animais. Porém, os efeitos na recombinação meiótica, que pode levar ao aparecimento de síndrome de Down, foram ainda maiores em humanos do que em animais.

“Os resultados mostram que o BPA não afeta diretamente na fertilidade da gestante, mas sim na de suas filha e netas. É um efeito que envolve várias gerações”, explica a professora da Universidade Autônoma de Barcelona e diretora do estudo, Montserrat Garcia Caldés.

“Nós somos expostos ao bifenol A diariamente via via oral, por meio de caixas de lanches, mamadeiras, garrafas de bebidas e recipientes de comidas”, lembra Miguel Àngel Brieño-Enríquez, principal autor do artigo e pesquisador do Departamento de Biologia Celular da UAB. “Apesar de todos nós metabolizarmos a substância, as grávidas retém mais líquidos e os fetos são os mais afetados por uma maior concentração de BPA”, completa.

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