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Turquia organiza operação para esvaziar túmulo de líder otomano na Síria

Por Da Redação
22 fev 2015, 19h43

A Turquia esvaziou na noite de sábado, em uma arriscada operação militar, o túmulo de um líder otomano e retirou os 40 soldados que protegiam o local em uma área controlada pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) dentro do território da Síria.

A operação foi decidida pelo grande risco atualmente ao redor do enclave turco, que fica no território sírio e tem apenas algumas centenas de metros quadrados de superfície, onde fica o túmulo de Suleiman Shah, o avô de Osman I, fundador do império otomano, informou neste domingo o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu. “Às 21h00 (17h00 de Brasília), aconteceu uma operação com a passagem de 572 tropas pelo posto de fronteira de Mursitpinar”, disse Davutoglu.

Quase 40 tanques entraram no território sírio apoiados pela aviação e por drones, como parte da operação batizada de “Shah Firat”, explicou. Não foram registrados combates.

O governo sírio classificou a incursão de “agressão flagrante” contra seu território. “A Turquia não se contenta com proporcionar todo tipo de apoio aos grupos Estado Islâmico, Frente Al-Nosra e a grupos outros terroristas vinculados à Al-Qaeda, mas também realizou uma agressão flagrante em território sírio”, afirma um comunicado do ministério das Relações Exteriores.

Emissoras de televisão turcas exibiram imagens de soldados turcos içando, à noite, uma bandeira turca no novo enclave, que deve abrigar os restos do avô do fundador do império otomano, morto no deserto sírio no século XIII, quando fugia do avanço mongol.

Damasco afirmou que “na véspera da agressão, o ministério turco das Relações Exteriores informou ao consulado sírio em Istambul sobre a intenção de transferir os restos mortais de Suleiman Shah para outro local, mas Ancara não esperou a autorização do governo sírio para atuar”. “Isto demonstra os vínculos estreitos entre o governo turco e esta organização terrorista”, completou p o governo sírio, que alertou Ancara para as “repercussões da agressão”.

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A coalizão de oposição síria no exílio, que tem sede em Istambul, indicou que Ancara informou antes sobre a incursão. O primeiro-ministro turco Ahmet Davutoglu elogiou o “bom desenvolvimento” da operação militar realizada a 35 quilômetros da fronteira turca, que implicava “riscos importantes”.

Todas as tropas turcas e os militares que faziam a proteção do túmulo retornaram sãos e salvos na madrugada de domingo para a Turquia e destruíram o que restava do local sagrado, segundo o premier.

Davutoglu afirmou que os restos mortais de Suleiman Shah foram repatriados temporariamente, mas voltarão a se sepultados em breve em um novo enclave criado pela Turquia em território sírio, na localidade de Eshme, a poucos quilômetros da fronteira turca.

Os canais de televisão turcos exibiram imagens de soldados do país hasteando durante a noite uma bandeira da Turquia no novo local, que deve receber os restos mortais do avô do fundador do império otomano, morto no deserto sírio no século XIII, quando fugia do avanço mongol.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, cumprimentou o exército por seu “feito” e indicou em um comunicado: “Nossa bandeira continuará tremulando em sua nova localização para que a memória dos nossos antepassados continue viva”.

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Ancara havia ameaçado os jihadistas com represálias, caso eles atacassem os soldados turcos responsáveis pela proteção deste enclave simbólico e histórico, sob a soberania turca.

O túmulo, transferido em 1973 mais ao norte pela construção de uma represa, é considerada território turco desde a assinatura em 1921 de um tratado entre a França, que ocupava o território até então, e a Turquia.

Com a nova mudança de localização, a “Turquia não perde nenhum de seus direitos no que diz respeito ao direito internacional”, que concede ao país um enclave em território sírio para este mausoléu, explicou Davutoglu.

O atual governo conservador-islâmico turco mostra uma predileção especial pelo império otomano, que após sua desintegração viu a fundação da República da Turquia em 1923.

Após o início da guerra civil na Síria em 2011, Ancara rompeu as relações com o presidente sírio Bashar al-Assad. O Parlamento turco autorizou no ano passado uma intervenção do governo na Síria e no Iraque contra o EI e para receber em seu território tropas estrangeiras.

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(Com AFP)

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