Sem conseguir formar governo de coalizão, premiê turco vai entregar o cargo
O primeiro-ministro Ahmet Davutoglu deve se reunir com o presidente Tayip Recep Erdogan mais tarde nesta terça para formalizar sua renúncia
O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, deverá formalmente desistir nesta terça-feira de formar o próximo governo, depois de semanas de negociações com os partidos da oposição sem conseguir chegar a um acordo para uma coalizão, disse um alto funcionário de seu partido, o Justiça e Desenvolvimento (AKP, na sigla em turco). Davutoglu vinha tentando encontrar um parceiro de coalizão desde que o AKP perdeu a maioria parlamentar nas eleições de junho, o que o deixou sem condições de governar sozinho pela primeira vez desde que chegou ao poder, em 2002.
A Turquia, país membro da Otan, não enfrentava tal nível de incerteza política desde os frágeis governos de coalizão da década de 1990, uma turbulência que afeta o país num momento em que combate militantes curdos no país e assume um papel de primeira linha na campanha liderada pelos Estados Unidos contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque.
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Davutoglu se encontrou na segunda-feira com um dirigente da legenda oposicionista de direita Partido do Movimento Nacionalista (MHP, na sigla em turco), em um último esforço para chegar a um governo operacional, mas o dirigente do MHP recusou todas as opções que ele apresentou. “Depois das conversas de ontem, não resta ao partido nenhuma opção de coalizão permanente. Davutoglu, portanto, devolverá o cargo ao presidente esta noite”, disse o funcionário à agência Reuters, pedindo que não fosse identificado por se tratar de um assunto delicado. O primeiro-ministro deve se reunir com o presidente Tayip Recep Erdogan mais tarde nesta terça-feira.
Erdogan poderia, teoricamente, entregar agora a missão de formar o próximo governo ao Partido Republicano do Povo (CHP, na sigla em turco), segunda maior legenda da Turquia, embora seja altamente improvável que seja capaz de formar uma coalizão viável antes do prazo-limite, de 23 de agosto. De acordo com a Constituição, se não houver um governo até 23 de agosto, Erdogan tem de dissolver o gabinete interino de Davutoglu e pedir a formação de um governo provisório para conduzir a Turquia a uma nova eleição nos próximos meses.
(Da redação)