Rússia pede à Síria que coloque armas químicas sob controle internacional
Chanceler russo afirma que proposta foi feita para tentar evitar um ataque ao país. Governo sírio diz que tem interesse em discutir a sugestão
Por Da Redação
9 set 2013, 12h37
A Rússia divulgou nesta segunda-feira que pediu à Síria que coloque seu arsenal de armas químicas sob controle internacional, se isso impedir um eventual ataque liderado pelos Estados Unidos ao regime do ditador sírio Bashar Assad, que é acusado de usar gás sarin contra a população do seu país. Após o pedido, o governo sírio comunicou que tem interesse em discutir a sugestão.
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, que convocou uma entrevista coletiva para anunciar a proposta, disse que já havia levantando a ideia com seu colega sírio, Walid al-Moualem, durante conversa em Moscou, e que a Rússia aguarda uma “resposta rápida e positiva” sobre o assunto. Segundo a agência Reuters, Al-Moualem sinalizou que Damasco não encontraria objeções para cumprir as demandas da proposta.
A Rússia é o principal aliado do regime de Bashar Assad, e tem repetidamente se posicionado contra qualquer intervenção internacional na Síria. Mais cedo, Lavrov já havia afirmado que um eventual ataque ocidental contra o regime sírio desencadearia uma “explosão do terrorismo” na região, além de uma nova onda de refugiados. “A possibilidade de uma solução política segue de pé”, disse Lavrov.
O anúncio da Rússia ocorre no momento em que o presidente Barack Obama enfrenta uma semana decisiva na condução da crise síria, enquanto aguarda o Congresso dos EUA votar o apoio a uma intervenção no país.
Há cerca de dez dias, Obama parecia prestes a iniciar a ofensiva militar contra Assad, mas o plano foi adiado quando o presidente anunciou que pediria autorização do Congresso para agir.
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Proposta – Nesta segunda-feira, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, confirmou que Assad pode evitar um ataque dos EUA se entregar todas as suas armas químicas em uma semana. No entanto, Kerry acrescentou que Assad não deve tomar essa medida.
“Ele poderia entregar cada uma de suas armas químicas à comunidade internacional na próxima semana”, disse Kerry a jornalistas em Londres. “Entregar tudo, sem demora, e permitir a contabilidade completa e total (das armas), mas não parece que ele fará isso”, disse.
Já o ditador concedeu neste fim de semana uma rara entrevista a um canal de TV dos EUA. Nela, Assad negou que tenha usado armas químicas contra a população. “Como podem falar do que aconteceu se não têm provas?”, questionou; “Não somos como a administração americana (…), somos um governo que trabalha com provas”, disse.
(Com agência Reuters)
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