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Pelo menos três morrem em dia de protestos na Venezuela

Oposição condenou os atos violentos; Nicolás Maduro faz discurso em cadeia nacional e acusa os manifestantes de articularem um golpe de Estado

Por Da Redação
12 fev 2014, 21h08

(Atualizado às 11h07)

Em um discurso transmitido por cadeia de rádio e televisão nesta quinta-feira, o presidente da Venezuela Nicolás Maduro denunciou um “golpe de Estado em curso” e prometeu que “a revolução bolivariana vai triunfar”. O presidente disse ter dado “instruções muito claras às forças de segurança” e ameaçou prender os manifestantes. “Quem sair para tentar exercer violência sem permissão para mobilização será detido”, disse ele, exaltado.

Ao menos duas pessoas morreram durante um protesto contra o governo em Caracas, nesta quarta-feira, dia que também teve manifestações a favor de Maduro. Uma morte também foi registrada em distúrbios no município de Chacao, a leste da capital. Uma das vítimas em Caracas foi um estudante de 24 anos identificado como Bassil Alejandro Dacosta, atingido por um tiro na cabeça. A outra vítima foi Juan Montoya, membro de uma milícia paramilitar que também fazia parte do corpo policial de Caracas. Ele estava à paisana e foi atingido por dois tiros, um na cabeça e outro no peito.

Uma terceira morte ocorreu em Chacao. De acordo com o prefeito Ramón Muchacho, do partido de oposição ao governo, uma pessoa que não teve sua identidade divulgada morreu vítima de tiros durante incidentes provocados por “grupos irregulares” nas ruas da cidade. Durante a tarde, manifestantes usaram lixo queimado para criar barricadas nas ruas, provocando distúrbios e caos no trânsito. Efetivos da Guarda Nacional Bolivariana tomaram a rua principal da cidade durante a noite.

Capriles – Por meio do Twitter, o líder da oposição, Henrique Capriles, condenou os atos violentos desta quarta. “A violência jamais será nosso caminho. Temos certeza que a imensa maioria a rechaça e a condena”. “Hoje milhares se mobilizaram de forma pacífica para exercer seu direito ao protesto! Inaceitável manchar essa demonstração com violência”, acrescentou o governador do estado de Miranda.

O chefe da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, que também é vice-presidente do partido governista Psuv, falou sobre a morte de Montoya, a quem chamou de “combatente da revolução bolivariana”. “Temos um camarada assassinado pelas hordas fascistas da oposição venezuelana que não entende que perde as eleições”, disse, em um discurso inflamado. “São assassinos, são fascistas, e depois vão se esconder debaixo das saias do império norte-americano”.

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A imprensa deu diferentes versões para o início do conflito. Há relatos apontando que manifestantes haviam entrado em confronto com policiais perto do prédio do Ministério Público, para onde os manifestantes se dirigiram com o objetivo de entregar uma carta de repúdio à detenção de cinco estudantes em protestos ocorridos na última semana. No meio do conflito, homens armados teriam chegado ao local em motocicletas e começado a disparar contra a multidão. Segundo a agência France-Presse, os manifestantes se jogaram no chão para escapar dos tiros. Deputados opositores afirmaram que os estudantes foram cercados por policiais e membros de milícias quando deixavam o local.

A procuradora-geral da República, Luisa Ortega Díaz, considerou os conflitos uma ação “planejada para desestabilizar e instalar o caos no país”. Acrescentou que o Ministério Público tem material para identificar os causadores dos distúrbios. “Temos material fotográfico, vídeos, gravações de diferentes ângulos”, disse, segundo o jornal El Mundo.

Cinco viaturas policiais foram incendiadas e a fachada do prédio do Ministério Público foi destruída. Pessoas com o rosto coberto atiraram pedras e garrafas contra policiais e colocaram fogo em lixo. Mais de trinta foram detidos e mais de vinte ficaram feridos.

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Contra e a favor – As manifestações contra e a favor do presidente Nicolás Maduro nesta quarta, Dia da Juventude, foram a maior prova da polarização no país desde as semanas pós-eleição presidencial, em abril do ano passado. A oposição ao governo realizou protestos menores nas últimas duas semanas, em vários estados, com uma longa pauta de reclamações, que inclui alta criminalidade, corrupção, alta inflação e escassez de produtos. Trabalhadores do setor de imprensa também protestaram contra a dificuldade imposta pelo governo para liberar autorização para compra de dólares destinados ao pagamento de papel importado, o que ameaça seus postos de trabalho.

“Não queremos uma ditadura cubana”, alguns gritavam, em referência aos estreitos laços de Maduro com os Castro. “Você precisa de terapia para viver na Venezuela”, lia-se em um cartaz, levado por membros do departamento de psicologia de uma universidade.

(Com agência Reuters e EFE)

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