Polícia queniana ataca crianças com bombas de gás
Junto com professores e ativistas, as crianças - muitas menores de seis anos - protestavam contra o fechamento de um playground perto de uma escola
A polícia do Quênia atraiu muitas críticas e a indignação no país depois de reprimir um protesto repleto de crianças com bombas de gás lacrimogênio, reporta a CNN nesta terça-feira. As crianças, juntamente com professores e ativistas, estavam protestando contra o fechamento de um playground durante as férias, disse Boniface Mwangi, que participou do protesto.
O parque infantil, perto da Escola Primária de Langata, foi desativado para a futura construção de um estacionamento. Os vídeos feitos por celulares mostram as crianças batendo e chutando as paredes de madeira que cercam o playground. Com uniformes, outras crianças – muitas menores de seis anos – seguram cartazes pedindo a reabertura do parque infantil.
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A polícia chegou ao local e respondeu à manifestação com bombas de gás lacrimogêneo que fizeram as crianças fugirem em pânico e atordoadas. As notícias e as imagens da desastrosa ação policial se espalharam nas mídias sociais, e a hashtag #OccupyPlayGround passou a ser usada nos comentários reprovando o episódio. “Às crianças foram prometidos laptops e não latas de gás lacrimogêneo”, tuitou o ex-vice-presidente do Quênia, Kalonzo Musyoka. “Alguém deve ser responsabilizado”, prosseguiu.
Algumas crianças tiveram de ser levadas ao hospital após o ataque. A mídia queniana informou que o oficial de polícia encarregado da operação no playground foi suspenso. A polícia não respondeu aos pedidos da CNN para comentar o assunto.