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Francisco pede perdão por ‘omissão’ da Igreja em casos de abuso

Pontífice celebrou missa com a participação de seis vítimas de crimes sexuais cometidos por clérigos

Por Da Redação
7 jul 2014, 13h48

O papa Francisco pediu perdão às vítimas de abuso sexual por parte de integrantes do clero, descrevendo os crimes como um “grave pecado”. “Perante Deus e seu povo, expresso minha tristeza pelos pecados e graves crimes de abuso sexual cometidos por membros do clero contra vós e humildemente peço-vos perdão”, disse o pontífice em missa celebrada nesta segunda-feira que contou com a presença de seis vítimas de abusos.

Francisco também pediu perdão pela “omissão por parte dos chefes da Igreja que não responderam de maneira adequada às denúncias”, e voltou a enfatizar a orientação de tolerância zero contra a pedofilia. “Não há lugar no ministério da Igreja para aqueles que cometem abusos sexuais. Empenho-me a não tolerar o dano cometido a um menor por parte de quem quer que seja, independentemente do seu estado clerical”. O papa afirmou ainda que os bispos deveriam se responsabilizar pela proteção das crianças e disse que os abusos tiveram um “efeito tóxico sobre a fé e a esperança em Deus”.

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Em uma entrevista coletiva depois da missa e do encontro individual do pontífice com as vítimas, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afastou a ideia de que a missa tenha sido um golpe publicitário, como apontaram alguns críticos, e descreveu o encontro como “muito intenso”. “Claramente não foi um evento de relações públicas. Foi um encontro muito profundo, espiritual com um pastor, um pai que está tentando entender profundamente o que aconteceu”, disse. “Este é um passo importante no caminho da cura e da reconciliação”.

Anne Barrett Doyle, uma das diretoras de um grupo de vítimas de clérigos considerou o encontro “um passo positivo e necessário” e considerou a posição do papa de disciplinar os bispos que não conseguem proteger adequadamente os menores “uma promessa significativa e histórica”. Doyle, no entanto, cobrou de Francisco um encontro com as vítimas de sua terra natal, a Argentina, e defendeu uma revisão da lei canônica para que os bispos sejam obrigados a reportar suspeitas de abuso sexual a autoridades civis.

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Na homilia desta segunda, o papa pediu à comissão especial que analisa os casos para “desenvolver melhores procedimentos e políticas” de proteção a menores. “Devemos fazer tudo o que estiver em nosso alcance para assegurar que esses pecados não tenham lugar na Igreja”. Segundo o Vaticano, 3.420 acusações de abuso sexual chegaram foram reportadas nos últimos dez anos e 824 clérigos foram punidos.

Histórico – O escândalo de padres pedófilos começou a vir à tona no papado de João Paulo II, em 2002, nos Estados Unidos. Um dos primeiros acusados foi o padre John Geoghan, da Arquidiocese de Boston. Preso pelo abuso de um menino, foi assassinado na cadeia um ano depois. Em 2010, Bento XVI endureceu as regras contra padres pedófilos. A pedofilia foi alçada à categoria de crimes mais brutais entre os delitos canônicos graves. A pena vai da suspensão temporária à expulsão do sacerdócio.

(Com agências Reuters e EFE)

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