Líbano: montanhas de lixo se acumulam nas ruas de Beirute
A empresa responsável pela coleta do lixo na capital libanesa suspendeu o serviço após fechamento do acesso ao único aterro na região
No início de julho, a principal empresa responsável pelo recolhimento do lixo em Beirute e outras regiões centrais do Líbano suspendeu seus serviços por causa de uma disputa pelo maior aterro sanitário do país. Com isso, montanhas de lixo se acumularam pelas ruas da capital libanesa.
Cansados do mau cheiro, agravado pelo calor que atinge o país nesse verão, e de ter que desviar da sujeira ao andar pelas ruas, libaneses protestaram neste domingo contra a crise e fecharam a rodovia que liga Beirute ao sul do país. As manifestações aconteceram em meio a notícias de que o governo planeja levar o lixo empilhado nas ruas de Beirute para a região de Kharoub, no sul da capital. Os manifestantes pararam diversos caminhões de lixo e impediram que eles entrassem na região. A interrupção provocou grande congestionamento e levou as autoridades a pedir à população que evitasse a rodovia.
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Por quase duas décadas, o lixo de Beirute e outras cidades da região central do Líbano foi levado a um aterro próximo a cidade de Naimeh, ao sul da capital, que chegou por vezes a ultrapassar sua capacidade total. Comunidades ao redor do aterro começaram então a reclamar do mau cheiro e dos problemas de saúde que a instalação estava causando. Para protestar, bloquearam o acesso ao aterro. “A população de Naimeh já sofreu por muito tempo”, afirmou Ajwad Ayash, líder do comitê que luta pelo fim do uso do aterro. “O governo deveria ter resolvido esse problema há muito tempo”, completou, segundo o jornal americano Los Angeles Times.
Diante da falta de alternativa de um local para despejar o lixo, e com a proximidade da data de expiração do contrato com o governo, a Sukleen – principal empresa de recolhimento do lixo na região – anunciou que não iria mais esvaziar as lixeiras da cidade de Beirute e de seus subúrbios, que produzem entre 2 e 3 toneladas de resíduos por dia. Para tentar amenizar o odor e a contaminação causada pelo acúmulo de lixo, a Sukleen tem espalhado pesticidas e desinfetantes sobre as pilhas que se espalham pela cidade.
(Da redação)