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Guia jihadista descreve vida feminina sob o terror do EI

Casamento aos 9 anos e uma existência ‘atrás das portas’ são o ‘paraíso’ descrito em documento destinado a atrair mulheres para o grupo terrorista

Por Da Redação
5 fev 2015, 19h47

Mulheres podem se casar aos 9 anos de idade, não devem ser corrompidas pelo trabalho e só sair de casa em circunstâncias excepcionais. Lojas de roupa e salões de beleza são lugares demoníacos. Essas são algumas diretrizes estabelecidas em um documento publicado por seguidoras do Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

“É considerado legítimo para uma garota se casar aos 9 anos de idade. As mais puras estarão casadas até os 16 ou 17 anos”, diz o tratado. Depois dessa idade, as mulheres devem ficar longe da visão do público, apoiando o califado a portas fechadas.

O texto afirma ainda que, dos 7 aos 9 anos, as meninas têm de estudar religião, árabe corânico e ciência. Dos 10 aos 12 anos de idade, conhecer o que a sharia determina sobre casamento e divórcio e aprender a tecer e cozinhar. A educação feminina precisa estar concluída aos 15 anos.

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O modelo ocidental de emancipação da mulher, defende a ‘cartilha’, falhou e deixou as mulheres sem “ganhar nada da ideia de igualdade com os homens, a não ser espinhos”. A função principal da mulher é “sedentária”, apoiando os jihadistas em casa e cuidar dos filhos.

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Algumas funções, tidas como secundárias, podem eventualmente tirar a mulher de casa para ‘servir a sociedade’, entre elas, lutar na jihad. O texto reforça que “é sempre preferível para uma mulher permanecer oculta e velada”.

Intitulado Mulheres do Estado Islâmico: Manifesto e Estudo de Caso, o material produzido pela facção feminina Al-Khanssaa, um braço do EI, aponta para uma condição feminina muito longe da que é descrita por recrutadores no Ocidente, geralmente por meio de mensagens ligadas à aventura e, muitas vezes, à violência.

“Eles tentam transmitir como algo interessante ser uma mulher no chamado califado, mas esse documento derruba o discurso. As mulheres, como é afirmado de forma inequívoca, são donas de casa e mães”, afirma a Fundação Quilliam, um think tank britânico responsável pela tradução do documento para o inglês. “A aventura e a excitação, usadas por aliciadores no Ocidente para atrair jovens para o Estado Islâmico, estão nas mãos dos homens”, acrescenta.

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As mulheres – incluindo muitas europeias que viajaram ao Iraque e à Siria – correspondem a aproximadamente 10% dos milhares de terroristas que formam o Estado Islâmico.

O guia foi publicado em um fórum jihadista em árabe no mês passado e tem como objetivo principal atrair mulheres da Arábia Saudita e outros países do Golfo Pérsico.

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Arábia Saudita – A cidade síria de Raqqa, tida como a capital do Estado Islâmico, é descrita como um “paraíso para imigrantes”. Enquanto nos países do Golfo, especialmente na Arábia Saudita, as mulheres estão expostas à “barbárie e selvageria”.

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Sim, o reino saudita, que está muito longe de ser exemplo no tratamento das mulheres – e onde elas ainda são proibidas de dirigir – é descrito pela facção do EI como um inferno para a população feminina, mas exatamente pelo discretíssimo avanço do reinado de Abdullah, como permitir que trabalhassem como caixa.

Ao criticar a “ocidentalização das mulheres” e a “destruição da dignidade feminina” no reino cuja espinha dorsal ideológica é o wahabismo (uma subdivisão do islamismo sunita), o documento cita que “atualmente, as mulheres podem trabalhar ao lado de homens em locais como bancos, onde elas não são separadas nem mesmo por um fino pedaço de papel. Elas podem aparecer em fotos de identidade e aquelas que não têm identidade enfrentam muitas dificuldades”. “Não temos como listar todas as ofensas que esse governo apóstata perpetra contra as mulheres”.

Ao apontar as críticas para o vizinho, o texto ignora a escravização de mulheres da minoria yazidi, o tráfico de meninas, as decapitações e execuções sumárias cometidas pelo Estado Islâmico.

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(Com agência Reuters)

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