Grupo ligado ao EI liberta reféns alemães nas Filipinas
Europeus foram entregues às autoridades locais. Os terroristas do Abu Sayyaf declararam que o resgate de 13,4 milhões de reais foi pago integralmente
Os dois reféns alemães ameaçados de morte pelo grupo terrorista filipino Abu Sayyaf, aliado dos jihadistas do Estado Islâmico (EI), foram libertados nesta sexta-feira. Segundo um comunicado emitido por um porta-voz dos radicais, Abu Rami, os europeus foram entregues às autoridades locais após o pagamento integral do resgate de 5,6 milhões de dólares (13,4 milhões de reais) que era exigido de Berlim. Os governos de Estados Unidos e Grã-Bretanha, responsáveis por chefiar a coalizão internacional que combate o EI no Oriente Médio, haviam pedido para que seus aliados não pagassem nenhuma quantia em dinheiro aos extremistas. Ainda não há uma confirmação de que a Alemanha arcou com o resgate. “Eles estão sãos e salvos num campo do Exército”, disse um oficial filipino, em condição de anonimato.
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Com o dinheiro do resgate, os terroristas conseguem financiar armamentos, veículos de guerra e até pagar um salário aos jihadistas recrutados. O governo alemão já havia dito que não aceitaria as demandas dos radicais. Na quinta-feira, porém, o ministério das Relações Exteriores do país enviou o representante Ruediger Koening às Filipinas para negociar a libertação dos reféns. Além do resgate, os radicais do Abu Sayyaf ordenavam a retirada do apoio alemão à coalizão internacional de combate ao EI, mas Berlim rejeitou um acordo que contemplasse esta possibilidade.
Viktor Stefan Okonek, médico de 74 anos, e sua mulher, Henrike Dieter, de 55 anos, foram sequestrados em abril passado quando navegavam pelas águas do sudoeste das Filipinas. O prazo dado pelos terroristas para não decapitar um dos reféns venceu nesta sexta às 4h00 (horário de Brasília). No entanto, o grupo islamita se mostrou disposto a suspender o ultimato se fossem abertas negociações com o ministro das Relações Exteriores das Filipinas, Alberto Rosario. Anteriormente, a chancelaria alemã havia destacado que os reféns alemães estavam expostos a uma “fase crítica”.
O Abu Sayyaf, que já foi vinculado à Al Qaeda e atualmente é formado por cerca de 400 membros, tem em seu poder outros dois europeus – um holandês e um suíço – desde fevereiro de 2012, além de um guarda costeiro da Malásia, uma mulher chinesa e sua filha. O grupo foi criado em 1991 por vários ex-combatentes da guerra do Afeganistão contra a antiga União Soviética. Os sequestros e atentados mais sangrentos ocorridos nas Filipinas nos últimos anos são atribuídos ao Abu Sayyaf.
(Com agência Reuters)