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Exército toma o poder após protestos em Burkina Faso

Militares anunciam dissolução do governo e do Parlamento na capital

Por Da Redação
30 out 2014, 17h49

O Exército de Burkina Faso anunciou nesta quinta-feira a dissolução do governo e da Assembleia Nacional, depois que protestos contra o governo de Blaise Compaore resultaram na invasão do Parlamento unicameral, que foi incendiado. O chefe militar Honoré Traoré também anunciou a criação de um órgão de transição até a realização de eleições, em um período de um ano. Não precisou, no entanto, quem vai encabeçar a junta – na prática, ninguém sabe quem está no comando do país neste momento.

“Um órgão de transição será colocado em funcionamento em consulta com todos os partidos”, disse Traoré. “Uma volta à ordem constitucional é esperada para um período não superior a 12 meses”, completou.

Além do Parlamento, emissoras estatais de televisão e rádio também foram invadidas e tiveram de interromper a transmissão. Residências de aliados e familiares de Campaore foram incendiadas. Segundo testemunhas, forças de segurança usaram gás lacrimogêneo e munição de verdade para repelir manifestantes que ameaçavam invadir o palácio presidencial, na capital Uagadugu. O número de mortos nos protestos diverge de acordo com a fonte – há relatos de até cinco vítimas. Diante do caos, os militares impuseram um toque de recolher das 19 horas às 6 horas, “para garantir a segurança das pessoas e das propriedades”, segundo Traoré.

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As manifestações tentavam evitar o avanço de uma proposta que acabaria com o limite constitucional de dois mandatos. Na prática, Compaore está no poder há quase três décadas. Ele assumiu o comando do país em 1987, depois de um golpe, venceu todos os pleitos realizados desde então e tentava se eternizar no cargo, até ser alvo de um novo golpe nesta quinta.

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Antes de o Exército se manifestar, um texto distribuído a rádios locais e apresentado como um comunicado oficial do governo fazia um chamado ao diálogo para tentar colocar um fim à crise. A agência France-Presse, contudo, apontou que o documento não seguia o padrão oficial. O comunicado também declarava estado de emergência em Burkina Faso e acrescentava que o chefe das Forças Armadas estava encarregado de implementar a decisão.

O opositor Zephirin Diabre disse a uma rádio local que o estado de emergência era inaceitável. “Estamos convocando as pessoas a mostrarem que são contra isso. uma renúncia do presidente Blaise Compaore é a única coisa que pode trazer paz para o país”, defendeu.

Compaore foi ministro quando Thomas Sankara era presidente e assumiu o comando em 1987, depois de Sankara ter sido morto em circunstâncias não esclarecidas, informou a rede britânica BBC. Foi eleito em 1991 e 1998. No ano 2000, uma nova Constituição restringiu a dois os mandatos presidenciais. Ele ganhou mais duas vezes depois disso.

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O país tornou-se independente da França em 1960 e, desde então, o poder mudou de mãos várias vezes devido a golpes militares nos anos 1970 e 1980. Um breve período de aparente estabilidade foi sacudido pela tentativa dos aliados de Campaore de persuadir o Parlamento para que ele pudesse se eternizar no comando de Burkina Faso, uma das nações mais pobres da África. Campaore também é um leal aliado para os Estados Unidos e a França, que usam o território como base para operações militares contra terroristas na região do Sahel.

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