Enfermeira estuprada que estava em coma há 42 anos morre na Índia
Aruna Shanbaug foi estuprada e estrangulada em 1973, e permaneceu em estado vegetativo desde então. O caso provocou debate e mudanças na legislação sobre eutanásia
Uma enfermeira indiana que permaneceu em coma por 42 anos depois de ser estuprada e estrangulada por um funcionário do hospital onde trabalhava morreu nesta segunda-feira. O caso de Aruna Shanbaug, que tinha 25 anos quando os danos cerebrais provocados pelo estrangulamento a deixaram em estado vegetativo, deu início a um prolongado debate sobre a eutanásia na Índia.
Leia também:
Idealizador de ataques de 2008 a Mumbai paga fiança e deixa prisão
Menina de dez anos grávida após estupro é proibida de fazer aborto no Paraguai
A jornalista e escritora indiana Pinki Virani, amiga da enfermeira, entrou com um processo judicial pedindo que fosse suspensa a alimentação por tubo para “por um fim à insuportável agonia” de Aruna. Em 2011, a Suprema Corte da Índia rejeitou o pedido alegando que Pinki não era parente da enfermeira, mas o processo resultou na legalização da “eutanásia passiva” no país – quando os cuidados médicos são interrompidos em situações específicas a pacientes em estado vegetativo permanente.
Na semana passada, Shanbaug foi diagnosticada com pneumonia e faleceu no hospital King Edward Memorial, em Mumbai, onde permaneceu internada por mais de quatro décadas. “Meu pequeno pássaro, tão maltratado, finalmente pode voar. E ela deu à Índia a lei da eutanásia passiva antes de partir”, disse Pinki, que escreveu o livro Aruna’s Story (A História de Aruna), à BBC.
O agressor de Aruna foi condenado a sete anos de prisão por roubo e tentativa de assassinato, uma vez que as evidências do estupro foram removidas do relatório médico do crime.
(Da redação)