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CIA rompeu regras sobre pesquisas com humanos para torturar suspeitos

A presença de médicos do serviço secreto durante interrogatórios reforça a denúncia de que os agentes burlaram normas internas para torturar suspeitos de terrorismo

Por Da Redação
15 jun 2015, 15h40

A Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos pode ter rompido as próprias normas sobre experimentos médicos em seres humanos durante os interrogatórios de suspeitos de terrorismo, publicou nesta segunda-feira o jornal britânico The Guardian. Um documento interno divulgado pelo jornal comprovou que a CIA tem uma norma geral que proíbe as agências americanas de “promover, contratar ou dirigir pesquisas com humanos”, exceto quando elas forem recomendadas pelo Departamento de Saúde. Mas, segundo especialistas consultados pelo Guardian, os limites estabelecidos pela agência podem ter sido violados pelos médicos que participaram de interrogatórios realizados antes, durante, e depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 – um marco na luta de Washington contra o terror.

Os profissionais do Escritório de Serviços Médicos da CIA estavam presentes nas sessões de interrogatórios para aconselhar agentes sobre a resistência física e psicológica dos suspeitos, conforme revelou, no ano passado, um relatório da Comissão de Inteligência do Senado dos EUA. A presença dos médicos foi determinada por George Tenet, um ex-diretor da CIA que aprovou as técnicas de tortura elaboradas por uma equipe de psicólogos terceirizada. Sob o pretexto de que utilizava “técnicas avançadas de interrogatórios”, Tenet liberou o uso de práticas abusivas para obter informações ou confissões de suspeitos. Entre elas estava o afogamento simulado (waterboarding).

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A CIA, que não admitiu formalmente o uso de torturas durante as sessões, alegou que a presença de médicos nos interrogatórios assegurava que qualquer atuação acontecia com rigor médico. Mas, de acordo as normas da agência, é proibido submeter qualquer pessoa a práticas supervisionadas por médicos sem que houvesse consentimento prévio. O texto, que está em vigor desde 1987, era suficiente para vetar a implementação das técnicas nos interrogatórios. “O primeiro crime cometido foi a tortura. O segundo crime foi levar adiante pesquisas sem que houvesse consentimento, a fim de dizer que elas não eram tortura”, declarou Nathaniel Raymond, um pesquisador da Universidade de Harvard especializado na investigação de crimes de guerra.

Em resposta à informação publicada pelo Guardian, um porta-voz da CIA afirmou que “a CIA manteve as diretrizes internas interpretando a norma de forma contínua desde 1987 até o presente momento”. “Apesar de algumas diretrizes terem sofrido emendas a partir do 11 de setembro, não houve mudança nas disposições em relação à experimentação com humanos. Elas também não foram redigidas em resposta ao programa de interrogatórios e detenções”, disse o porta-voz Ryan Trapani.

(Com agência EFE)

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