Nos últimos oito anos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apertou a mão de pelo menos sete ditadores e chegou a defendê-los em algumas situações. Foi o caso do agora aposentado Fidel Castro, do venezuelano Hugo Chávez e do iraniano Mahmoud Ahmadinejad. Não deveria ser a postura de um chefe de estado brasileiro. Na opinião de Rubens Barbosa, ex-embaixador brasileiro nos Estados Unidos, o Brasil deveria projetar no exterior os mesmos valores que preza internamente, como a democracia e os direitos humanos. “O Brasil pode fazer negócios com estes países, mas não pode silenciar e, em alguns casos, até apoiar, restrições à liberdade e aos direitos humanos, como foi feito em Cuba e na Venezuela, onde o Brasil tem posições favoráveis aos dois regimes”, diz Barbosa. Outra conduta adotada pelo Itamaraty nos anos Lula e que o diplomata censura é a tentativa de mediação de conflitos distantes. “Tanto na questão do Irã quando na questão de Israel, houve uma falha na avaliação do governo quanto à capacidade do Brasil influir. E isso, no caso do Irã, ainda criou um problema sério com os Estados Unidos”, afirma, referindo-se à reação de Washington, que liderou posição contrária à do Brasil, impondo no Conselho de Segurança da ONU sanções ao Irã.
Assista a seguir à entrevista completa com Barbosa, que ressalta os pontos controversos da política externa da administração Lula e analisa as perspectivas para o próximo governo, a partir do perfil e das promessas dos principais candidatos à Presidência.