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Autoridades dão versões diferentes sobre causa da morte de ministro palestino

Ziad Abu Ein morreu nesta quarta, durante protesto contra assentamentos na Cisjordânia

Por Da Redação
11 dez 2014, 12h38

Autoridades israelenses e palestinas divulgaram relatos conflitantes sobre os resultados da autópsia realizada em um ministro palestino que faleceu durante um protesto na Cisjordânia. Os palestinos dizem que a morte de Ziad Abu Ein foi causada por um golpe, enquanto os israelenses afirmam que problemas cardíacos prévios levaram o político à morte. Abu Ein chefiava uma comissão que monitorava assentamentos israelenses na Cisjordânia, um posto que integra o gabinete da Autoridade Palestina.

Uma autoridade palestina disse à agência Reuters que o ministro de 55 anos faleceu por ter inalado gás lacrimogêneo e demorado para receber cuidados médicos. Médicos israelenses, no entanto, acreditam que ele sofreu um ataque cardíaco. “A morte dele foi causada por uma obstrução coronariana, precipitada pelo estresse. O estresse pode ter sido causado por ele ter sido agarrado pelo pescoço”, disse uma fonte à agência de notícias.

Nesta quarta, aproximadamente trinta soldados israelenses e policiais de fronteira usaram gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral para dispersar cerca de 100 pessoas que protestavam contra um assentamento judeu plantando oliveiras na vila de Turmusiya, ao norte de Ramallah. Houve confronto e um policial empurrou Abu Ein e o agarrou pelo pescoço com uma das mãos. Minutos depois, o ministro desmaiou. Ele morreu a caminho do hospital.

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Versões – A autópsia foi realizada ainda na noite de ontem por patologistas palestinos, jordanianos e israelenses. O ministro palestino da Saúde, Jawad Awad, acusou “as forças de ocupação israelenses” de serem responsáveis pela morte do político. Um porta-voz da autoridade palestina acrescentou que, “em virtude dos resultados da necropsia, o governo palestino considera Israel completamente responsável pela morte de Ziad Abu Ein”.

Os patologistas israelenses Chen Kugel e Maya Furman, por sua vez, disseram que o ministro tinha problemas cardíacos, o que incluía obstrução de 80% dos vasos sanguíneos de seu coração e que isso “fez com que ele se tornasse mais sensível ao estresse”. A morte ocorre em um momento de alta tensão entre israelenses e palestinos, após meses de episódios violentos em Jerusalém, Tel Aviv e na Cisjordânia ocupada.

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Histórico – Integrante do movimento Fatah, do qual o presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas faz parte, o ministro atuava na organização de protestos contra os assentamentos. Abu Ein passou vários anos em prisões israelenses. Em 1979, foi detido nos Estados Unidos e extraditado para Israel dois anos depois. Em Israel, foi sentenciado à prisão perpétua por ser membro de uma célula que plantou uma bomba que matou dois israelenses, mas acabou libertado em 1985 numa troca de prisioneiros. Durante a segunda intifada, em 2002, ele passou um ano em prisão administrativa, sem ser julgado ou indiciado.

Autoridades e cidadãos palestinos caminharam nesta quinta até o prédio onde fica o gabinete de Abbas e depois acompanharam o funeral do ministro. O caixão percorreu as ruas de Ramallah envolto na bandeira palestina, enquanto os ativistas gritavam “vingança” ou “seu sangue não será derramado em vão”. As escolas não funcionaram hoje e fotografias do político foram espalhadas pelos muros da cidade.

As tropas israelenses foram mobilizadas para evitar mais confrontos, em particular porque o cemitério fica perto do assentamento judaico de Psagot. “Decidimos mobilizar nesta quinta-feira um reforço de dois batalhões de soldados e duas unidades de guarda de fronteira na Cisjordânia”, declarou uma porta-voz do Exército à agência France-Presse.

(Com Estadão Conteúdo e agência EFE)

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