Acordo com Irã está ‘ao alcance das mãos’, diz chefe de política externa da UE
Federica Mogherini também fez referência às criticas do primeiro-ministro israelense ao acordo e afirmou que vontade política é mais importante que questões técnicas
O acordo com Teerã sobre o programa nuclear iraniano está próximo, disse a chefe de política externa da União Europeia, Federica Mogherini, nesta sexta-feira. Mogherini afirmou, em conferência sobre política externa na capital da Letônia, que está comprometida em conseguir um resultado positivo para as negociações com o Irã. “Acredito que um bom acordo está na mão. Eu também acredito que não haverá nenhum acordo se não for um bom acordo. E isso é algo que precisamos passar como mensagem para todos os nossos amigos e parceiros”, disse ela, em referência às críticas feitas ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ao acordo em negociação. O premiê israelense disse em discurno no Congresso americano que a alternativa a um “mau acordo” não era a guerra, mas sim um “bom acordo”.
Mogherini disse que o último passo nas conversações sobre o programa nuclear iraniano envolverá mais vontade política do que negociações técnicas. Potências mundiais estão em conversas com o Irã para tentar persuadir Teerã a conter seu programa nuclear, em troca de alívio nas sanções que enfraqueceram a economia iraniana, muito dependente da exportação de petróleo.
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“Quando as sanções forem retiradas, é nosso dever natural e legal poder aumentar as vendas de petróleo para aumentar nossa fatia de mercado”, disse nesta sexta Mohsen Ghamsari, chefe de assuntos internacionais da Companhia Iraniana de Petróleo. “Sanções não foram impostas na venda do petróleo iraniano, mas na compra, e nós estamos vendendo petróleo para um número limitado de países”, disse Ghamsari.
Cinco países ainda compram petróleo iraniano: China, Índia, Japão, Coreia do Sul e Turquia, mas estão comprando cerca de 1 a 1,2 milhão de barris por dia, cerca de metade do que o país enviava antes das sanções, quando mais de uma dúzia de países eram compradores. As sanções dos Estados Unidos e União Europeia entraram em vigor em 2012 para proibir a importação, compra e transporte de produtos iranianos derivados do petróleo.
(Da redação)