Palestinos querem resolução da ONU contra a colonização
Israel anunciou construção de novos assentamentos em territórios ocupados
A direção palestina anunciou, na noite de terça-feira, que solicitará ao Conselho de Segurança da ONU a condenação do projeto de colonização israelense. A direção palestina pede ainda a “aceleração da aplicação das medidas de reconciliação”, em referência ao acordo assinado em 2011 entre o Fatah de Mahmoud Abbas e o Hamas, que governam, respectivamente, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, e que continua essencialmente sem aplicação.
“A direção palestina decidiu, como primeira medida, comparecer ao Conselho de Segurança da ONU, em nome do estado da Palestina, para pedir uma resolução vinculante para que Israel encerre as destrutivas medidas de expansão e qualquer forma de colonização”, afirma um comunicado divulgado após uma reunião com o presidente Mahmoud Abbas e na presença de um dirigente do Hamas na Cisjordânia.
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As autoridades palestinas manifestam “oposição com firmeza às últimas decisões de colonização em Jerusalém e seus arredores, incluindo o projeto E1, porque o destino da solução de dois estados e o futuro do processo político dependem do fracasso deste projeto, o mais perigoso da história da colonização”, completa a nota.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou, em resposta à elevação do status palestino como estado observador na ONU, em 29 de novembro, novas construções nas colônias, incluindo o projeto E1, que dividiria a Cisjordânia em duas partes e isolaria Jerusalém, colocando em perigo a viabilidade de um futuro estado palestino.
Nesta quarta, antes de sua visita à Alemanha, Netanyahu reafirmou que Israel mantém o compromisso de negociar um acordo de paz com os palestinos.
Também nesta quarta, uma comissão do Ministério da Defesa de Israel aprovou “a continuação do projeto de construção do setor E1, entre Jerusalém e Maale Adumim”, colônia da Cisjordânia.
A rádio pública informou que a população agora terá um prazo de dois meses para apresentar objeções ao projeto, antes que as discussões sobre o programa sejam retomadas.
Segundo informações do governo israelense, a construção deverá demorar pelo menos um ano para ser iniciada, já que o processo ainda está em um estágio preliminar.
Desde o anúncio dos planos, no entanto, as condenações vieram de vários países. França, Reino Unido, Suécia, Dinamarca e Espanha já convocaram os embaixadores israelenses em seus países para manifestar sua “preocupação” e “desaprovação” ao projeto. O governo brasileiro também convocou o embaixador de Israel em Brasília.
(Com agência France-Presse)