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Dados criptografados também são alvo de espionagem

Em colaboração com empresas de tecnologia e provedores de internet, operações dão acesso a transações bancárias e até a registros médicos

Por Da Redação
5 set 2013, 20h00

A Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos e a agência britânica de inteligência de comunicações (GCHQ) têm acesso a praticamente todos os tipos de dados criptografados da internet, incluindo aqueles utilizados para proteger informações pessoais de usuários, como e-mails e transações bancárias. Supercomputadores, artifícios técnicos, ordens judiciais e persuasão nos bastidores são algumas das armas usadas para enfraquecer as ferramentas usadas na proteção da privacidade nas comunicações. As revelações estão em novas reportagens sobre as operações de vigilância nos EUA e na Grã-Bretanha publicadas nesta quinta-feira pelos jornais The Guardian e The New York Times. Mais uma vez, as informações foram obtidas a partir de documentos vazados pelo ex-consultor de informática Edward Snowden, que recebeu asilo político na Rússia.

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As reportagens apontam que as agências de segurança trabalham em colaboração com empresas de tecnologia e provedores de internet para enfraquecer os sistemas de proteção de dados. Uma parceria que compromete as garantias que as companhias de internet dão aos usuários de que suas comunicações, transações bancárias e comerciais e registros médicos seriam inacessíveis.

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O sucesso em decifrar informações protegidas era algo mantido pelas agências de inteligência no grupo dos programas altamente secretos, que deveriam ser expostos apenas a alguns poucos analistas selecionados. Os arquivos liberados por Snowden não revelam os nomes das companhias que colaboram com os governos e sugerem que a prática deve ser mantida, “no mínimo”, em sigilo absoluto. A NSA atesta que a divulgação destes métodos comprometeria o relacionamento com empresas e criaria novos obstáculos para a agência ter acesso a este tipo de dados.

Os documentos aos quais os jornais tiveram acesso não trazem detalhes sobre o procedimento utilizado para acessar dados criptografados, mas comprovam que boa parte das informações que circulam através de fibras ópticas são coletadas pelos serviços de inteligência.

O NYT destacou que a NSA, desde sua criação, em 1952, se especializou em violar códigos – tarefa considerada essencial para sua missão. O fracasso em decifrar mensagens de terroristas, espiões estrangeiros e outros adversários, submeteria os Estados Unidos a sérios riscos. Nesse trabalho, a NSA hackeou computadores para interceptar mensagens antes que elas fossem criptografadas. A agência também usou sua influência como o mais experiente desenvolvedor de códigos do mundo para inserir secretamente vulnerabilidades nos padrões de criptografia seguidos por desenvolvedores de hardware e software ao redor do mundo.

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A NSA batizou o programa de Bullrun, nome tirado de uma das principais batalhas da guerra civil americana, enquanto os britânicos intitularam a prática de Edgehill, o primeiro grande acordo feito durante a guerra civil inglesa. Embora as agências tenham acesso a muitos dados criptografados, os documentos sugerem que nem todas as tecnologias foram dominadas pelos serviços de inteligência. A GCHQ, inclusive, estaria trabalhando para entender as comunicações mantidas pelas quatro maiores empresas do ramo: Hotmail, Google, Yahoo e Facebook. O esforço estaria voltado em grande parte para o Google, devido a “novas oportunidades de acesso”.

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Membros dos serviços de inteligência de Estados Unidos e Grã-Bretanha pediram que o artigo não fosse publicado, alegando que a divulgação dos dados poderia influenciar alvos estrangeiros a buscar novas formas de criptografar as comunicações. As publicações admitiram que alguns detalhes específicos dos documentos foram eliminados das reportagens, mas a divulgação do material foi mantida para incentivar o debate público em torno da vulnerabilidade dos usuários de internet em todo o mundo.

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