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Muito antes de Snowden, EUA já investigavam milhares de ‘ameaças internas’

Reportagem do Washington Post, com base em informações vazadas pelo delator, revela que agências de inteligência já se preocupavam com informações secretas nas mãos de funcionários

Por Da Redação
29 ago 2013, 21h14

A Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês) planeja investigar este ano pelo menos 4 000 possíveis “ameaças internas” – casos em que há suspeitas de que informação sigilosa tenha sido violada por pessoas que fazem parte das equipes de inteligência. Documentos secretos divulgados nesta quinta-feira pelo jornal The Washington Post apontam que os Estados Unidos já se preocupavam com o “comportamento anormal” de funcionários com acesso a material secreto muito antes do vazamento de informações sobre operações de vigilância promovido pelo consultor de informática Edward Snowden. Os dados repassados por Snowden, aliás, também foram a fonte para a mais recente reportagem do Washington Post.

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Os documentos fazem parte da justificativa para os gastos com vigilância encaminhada às Comissões de Inteligência da Câmara dos Deputados e do Senado americano. Entre as informações mais relevantes estão o aumento dos esforços empregados pela CIA e pela NSA na interceptação de redes de computador para obter informações ou sabotar sistemas inimigos, o que é classificado como “operações cibernéticas ofensivas”. E ainda o interesse em obter dados tanto de adversários como de aliados, como demonstra o trecho segundo o qual as operações de contrainteligência “estão estrategicamente focadas em alvos prioritários como China, Rússia, Irã, Cuba e Israel”. O jornal também revelou que as equipes de inteligência têm dificuldades em conseguir informações sobre Irã, China e Rússia. “Há cinco lacunas ‘críticas’ nas informações sobre os programas nuclear e de mísseis de Pyongyang, e os analistas não sabem virtualmente nada sobre as intenções do líder norte-coreano Kim Jong-un”, aponta a reportagem.

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O montante investido na CIA – 14,7 bilhões de dólares solicitados para 2013 – ultrapassa o de qualquer outra agência de espionagem americana. O total é quase 50% a mais do que o previsto para a NSA, que conduz as operações de vigilância.

O combate ao terrorismo segue como a ameaça mais séria para a segurança americana e um em cada quatro funcionários da área de inteligência atua em programas de contraterrorismo – que também absorvem um terço de todo o gasto com inteligência. Entre as demais áreas tidas como prioritárias estão a interrupção do avanço de armas nucleares e não convencionais e, ironicamente, a defesa contra espionagem estrangeira.

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Os documentos revelam que os Estados Unidos destinaram mais de 500 bilhões de dólares para operações de inteligência desde os ataques de 11 de setembro. “Isso teve como resultado um império de espionagem com recursos e alcance que vão além dos de qualquer adversário, sustentado até agora por gastos que rivalizam ou excedem os níveis alcançados no auge da Guerra Fria”, destaca o Washington Post.

O orçamento total de inteligência previsto para o ano fiscal de 2013 é de 52,6 bilhões de dólares (mais de 124 bilhões de dólares), 2,4% menor que o de 2012, mas quase o dobro da estimativa referente a 2001.

O governo divulga anualmente, desde 2007, o gasto total com as dezesseis agências de espionagem americanas, que empregam mais de 107 000 funcionários. No entanto, até agora, não se sabia onde o dinheiro era empregado e quais os resultados obtidos. O jornal avisou que, embora tenha tido acesso a descrições de tecnologias de ponta, recrutamento de agentes e operações em curso, reteve algumas informações depois de consultar fontes do governo que expressaram preocupação com riscos relacionados a fontes e métodos de inteligência.

“Nosso planejamento é secreto para evitar que serviços de inteligência estrangeiros possam saber quais as nossas prioridades e habilidades e quais fontes e métodos nos permite obter informações para combater ameaças”, explicou o diretor de Inteligência Nacional, James R. Clapper Jr.

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