O nadador Felipe França ganhou a medalha de ouro mundial que esperava há três anos. Após problemas de saúde, o brasileiro nadou a 27s01 e venceu os 50m peito nesta quarta-feira, tornando-se o quarto atleta do país a conseguir uma vitória em 38 anos de história do Mundial dos Esportes Aquáticos.
Para a delegação brasileira, Xangai está se tornando o símbolo da superação. Assim como Cielo e Ana Marcela, Felipe também conseguiu superar um momento ruim em solo chinês. Preparado para a prova dos 100m peito, ele não passou bem no dia da semifinal e não entrou na decisão. Apesar disso, ao invés de desistir do Mundial, ele decidiu continuar na disputa dos 50m no dia seguinte – e enalteceu o fato de ter tomado a decisão correta ao decidir ir para a piscina mesmo após o problema.
‘Nós crescemos como pessoas. Os erros que tivemos, eu e meu técnico (Arilson Silva), soubemos reconhecer e conseguimos nos aperfeiçoar não apenas na natação, mas como seres humanos. Consegui superar a mim mesmo. Acho que por isso Deus fez com que eu passasse por esse processo de perda, para depois conseguir a vitória’, explicou.
Felipe enfrentou na final o campeão da prova de 100m do mesmo estilo, o norueguês Alexander Dale Oen, que terminou na quinta posição (27s43) e o vice-campeão no mesmo pódio, o italiano Fabrizio Scozzoli, que acabou levando a prata também nos 50m (27s17).
Com o bronze, no entanto, ficou um velho conhecido: o sul-africano Cameron Van Der Burgh, campeão Mundial em Roma-2009 (quando Felipe ficou com a prata), dono do recorde mundial e do melhor tempo da prova em 2010 (27s18) e 2011(26s90). França enalteceu a vitória sobre o rival que o derrotou há dois anos.
‘Só tenho a agradecer a Deus por essa conquista. Eu, o PC (Paulo Marinho, biomecânico da CBDA) e o Arilson (técnico) analisamos e estudamos cada milímetro dessas provas e deu certo. Estou muito feliz’, disse Felipe.
Cesar Cielo e Ana Marcela Cunha completam o grupo dos atletas que conquistaram o ouro na edição 2011 do Mundial de Esportes Aquáticos. Ricardo Prado foi outro brasileiro a subir no lugar mais alto do pódio na história da competição, no Mundial de Guayaquil (Equador) em 1982, nos 400m medley.
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