Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Downey Jr. e Duvall fazem ‘O Juiz’ valer a pena

As boas atuações e a excelente química da dupla conseguem prender a atenção, em um filme com trama arrastada e excesso de dramalhão

Por Rafael Costa
16 out 2014, 09h23

Quando um filme não apresenta uma trama lá muito inovadora, o jeito é contratar protagonistas de peso para aumentar o interesse do público e dar um diferencial à história. Parece ter sido essa a estratégia do diretor David Dobkin no longa O Juiz, que estreia nesta quinta-feira no Brasil. No filme, o grande destaque é o elenco, e mais exatamente os atores Robert Duvall (O Poderoso Chefão) e Robert Downey Jr. (Homem de Ferro), que fazem pai e filho com relação fria e distante em um drama familiar por vezes marcado pelo excesso. O tom monótono de boa parte do enredo e o roteiro pouco surpreendente são salvos pelas ótimas atuações da dupla, que convence – e muito – em seus papeis.

Downey Jr. interpreta o advogado bem-sucedido e arrogante Hank Palmer, que é radicado em Chicago, mas retorna à pequena cidade de Indiana onde cresceu para o velório da mãe. Pouco antes de o avião levá-lo de volta para casa, no entanto, Hank descobre que seu pai, o respeitado juiz local Joseph Palmer (Duvall), está sendo acusado de ter assassinado um antigo réu, que acabou de sair da prisão depois de cumprir vinte anos na cadeia por ter matado a namorada. Para não ver o pai atrás das grades, apesar de toda a frieza que há entre eles, Hank assume o caso e passa a defendê-lo.

Leia também:

Homem de Ferro de Downey Jr. volta em ‘Capitão América 3’

Robert Downey Jr. negocia retorno em ‘Homem de Ferro 4’

Continua após a publicidade

A premissa já indica que a história irá se desenrolar em uma longa lavagem de roupa suja. E, não fosse a excelente química em cena entre Downey Jr. e Duval, o resultado poderia ser desastroso. Com discussões calorosas e cenas fortes, que pendem tanto para o drama como para o humor em determinados momentos, a dupla imprime um tom realista ao filme. O protagonista da franquia do Homem de Ferro não deve ter tido dificuldades no set, já que é quase um expert em interpretar personagens cheios de si, como o super-heroi da Marvel ou o arquiteto Peter Highman, da comédia Um Parto de Viagem. O desafio maior, portanto, cabia a Duvall, que tinha de escapar ao clichê típico de um patriarca rabugento e egocêntrico. E conseguiu com brilho. A participação de Billy Bob Thorton (Armageddon) como o advogado rival de Hank, apesar de breve, também convence e apimenta o ar dramático nas cenas que se passam no tribunal.

Já o roteiro de Nick Schenk (Gran Torino) e a direção de David Dobkin (Penetras Bons de Bico) passam do ponto no dramalhão, deixando o filme monótono em alguns trechos, e não trazem nada de novo em relação às centenas de filmes rodados dentro de um tribunal. É mesmo o trabalho da dupla principal de atores, que acerta nos alívios cômicos, quem faz a produção valer a pena. Exemplo de alívio cômico é a sequência em que o personagem de Downey Jr. troca alguns beijos com a atendente de um bar da cidade, que se trata da filha de uma antiga namorada dele, interpretada por Vera Farmiga (Amor sem Escalas). O encontro entre os dois – ou melhor ainda, entre os três – provoca riso no público e dá boas informações sobre como era a vida do advogado antes de se mudar para a cidade grande.

Ao longo do filme, segredos de infância de Hank e seus irmãos, e também de Joseph, são revelados aos poucos através de flashbacks, que fazem com que o público se sinta cada vez mais inserido no drama familiar. Como a culpa que Hank sente por ter lesionado o braço de seu irmão Glen (Vincent D’Onofrio) em um acidente de carro, por dirigir embriagado, o que custou sua carreira promissora como jogador de beisebol.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.