Grevistas prometem trancar portões da USP nesta quarta
Funcionários, de braços cruzados há 80 dias, querem impedir entrada das 4h30 às 20h30. Decisão judicial definiu multa em caso do bloqueio de instituições
Os funcionários grevistas da Universidade de São Paulo (USP) prometem trancar todos os portões da Cidade Universitária, na Zona Oeste da capital paulista, nesta quarta-feira. Segundo o Sindicato dos Funcionários da USP (Sintusp), que organiza a ação, os portões serão fechados das 4h30 às 20h30 e “ninguém poderá entrar no campus.”
Para garantir que os grevistas possam aderir e permanecer na paralisação durante todo o dia, o Sintusp diz que vai instalar churrasqueiras nos portões. “Já pedimos para todo mundo trazer carne, linguiça e frango, porque na hora do almoço terá gente com fome”, afirmou Magno de Carvalho, diretor do Sintusp. A decisão contraria a determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo que impede a realização de piquetes e bloqueios nos prédios da instituição, sob pena de multa e com autorização de uso de força policial em caso de descumprimento da ordem.
Os funcionários são contrários ao congelamento de salários de servidores técnico-administrativos e de professores da USP. A decisão da instituição de não reajustar vencimentos foi tomada em conjunto com as outras duas universidades estaduais – Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp) -, o que motivou o início da greve de funcionários e docentes nas três instituições no dia 27 de maio.
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O pedido dos grevistas é de reajuste de 9,78%. As três instituições afirmam que não têm condições orçamentárias para fazer o reajuste. Os funcionários também protestam contra o corte de salários de grevistas da USP durante a greve. Segundo Carvalho, funcionários técnico-administrativos de todas as unidades da universidade tiveram salários cortados. “São milhares de funcionários, mas não temos o dado de quantos precisamente.”
Os grevistas protestam também contra a proposta do reitor da USP, Marco Antonio Zago, de criar um plano de demissão voluntária e flexibilização de jornada de servidores técnico-administrativos como forma de desinflar a folha de pagamento e combater a crise financeira da instituição.
O plano também inclui a possibilidade de redução de jornada de funcionários com diminuição salarial e a transferência de dois hospitais – o Hospital Universitário e o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais de Bauru – para a Secretaria Estadual de Saúde. A proposta foi apresentada na sexta-feira a cerca de 80 diretores de unidades da universidade.
(Com Estadão Conteúdo)