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Avaliar é fundamental para avançar na educação

Testes bem feitos permitem medir o desempenho das escolas, comparar umas com as outras e colocá-las frente à frente para compartilhar experiências

Por João Batista Araujo e Oliveira
22 abr 2014, 16h00
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Ensino de qualidade

Este artigo faz parte de uma série publicada quinzenalmente em VEJA.com sobre os desafios do ensino fundamental no Brasil – e as estratégias para superá-los.

Os textos são de autoria do Instituto Alfa Beto, que promove o Prêmio Prefeito Nota 10, iniciativa que vai identificar e recompensar o município brasileiro que mantém a melhor rede de ensino. A premiação será realizada no segundo semestre.

Prêmio Prefeito Nota 10 Instituto Alfa Beto

Imagine um município em que apenas 50% dos lares são servidos por rede de esgoto, onde só 30% das lâmpadas em postes funcionam à noite e em que os custos do transporte urbano são o triplo da média nacional. Avaliação fornece dados. E dados servem para embasar decisões. Isso vale para tudo na Prefeitura – inclusive para a educação.

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Leia os artigos anteriores da série

Tratamos aqui da avaliação que deve ser feita pelas redes de ensino – não das avaliações internacionais como o Pisa, das avaliações nacionais, como a Prova Brasil, Como sabemos, essa provas têm sido aplicadas há vários anos, mas não foram suficientes para provocar melhorias no ensino. Portanto, é preciso entender o que cabe ao município fazer. Também não tratamos aqui das provas escolares que os professores aplicam a seus alunos.

O que uma rede de ensino deve avaliar? Para que deve avaliar? O que deve fazer com os dados?

O ponto de partida é o programa de ensino: ele serve de base para a avaliação. Diz o que deve ser ensinado a cada ano e em cada discipina e, na situação atual em que se encontra o ensino no Brasil, deve dizer também o que deve ser ensinado em cada período – normalmente a cada bimestre. Sem programa de ensino, não há o que avaliar.

Dado o programa de ensino, cabe ao município avaliar, nas disciplinas centrais, se os objetivos foram atingidos. Isso pode ser feito para todas as escolas ou numa amostragem delas. Para isso é preciso usar testes elaborados de acordo com critérios técnicos. Isso pode ser feito pela equipe da Secretaria – se houver o pessoal devidamente qualificado – ou contratado externamente. Um teste bem feito permite à Secretaria avaliar o desempenho absoluto e relativo das escolas, comparar umas com as outras e colocá-las frente à frente para compartilhar suas experiências.

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Mas o importante é o passo seguinte: o que fazer com os resultados dos testes. É aí que surge a utilidade dos mesmos. Por exemplo: duas escolas são semelhantes em tudo e tiveram resultados muito diferentes; em uma, todas as turmas têm bom desemepenho, menos uma. O que fazer com os resultados?

No âmbito da Secretaria, cabe analisar, junto aos diretores, os resultados de cada escola, comparar com as demais escolas e entender o que leva às diferenças no desempenho. Não se trata de buscar álibis ou desculpas (ou alunos são pobres, os pais bebem, as mães não colaboram…). Isso já é sabido. O papel da escola é ajudar as crianças a superar essas dificuldades, e não usá-las como desculpa para não avançar.

Mais do que comparar médias ou destacar as médias mais altas, cabe identificar a quantidade de alunos que atinge os níveis mínimos – e o mínimo deve se situar em torno de 70% da nota, num teste bem elaborado. Ou seja: a meta de cada escola é assegurar que todo aluno atinja esse mínimo e, com base na avaliação, empreender os esforços para que isso aconteça. Ao se preparar para ajudar o aluno com maior dificudade a escola irá assegurar o sucesso dos demais alunos – mesmo porque os melhores deverão ajudar os que têm mais dificuldade, e, dessa forma, vão melhorar ainda mais. O papel da Secretaria é ajudar o diretor a identificar os problemas. O papel do diretor consiste em analisar os problemas havidos em sua escola para ensinar o programa, as estratégias de outras escolas, identificar e implementar soluções.

Cabe registrar um alerta: quando um teste tem consequências fortes (incentivo para diretores ou professores, para alunos etc.), o nível de alerta sobe, surgem razões para fraude, pressão indevida sobre os alunos etc. É possível haver uma combinação de testes realizados apenas para fins diagnóstico – o que é o mais importante – e testes realizados também para fins de políticas de incentivo.

João Batista Araujo e Oliveira é presidente do Instituto Alfa Beto

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