Atos reúnem milhares de pessoas em Atenas a dois dias do referendo
No domingo, gregos serão consultados dirão se aceitam ou não as condições propostas pelos credores internacionais para liberar o pacote de auxílio financeiro
Por Da Redação
3 jul 2015, 21h57
A dois dias do referendo que pode definir o futuro da Grécia, mais de 40.000 gregos saíram às ruas na tarde desta sexta-feira e se concentraram no centro de Atenas em dois grandes atos. As manifestações reuniram adeptos do “sim” e do “não” na consulta popular de domingo, que vai apontar se a população concorda com as propostas apresentadas pelos credores da dívida grega para liberar o pacote de ajuda financeira ao país.
A sensação em ambos os comícios foi de que os gregos estão conscientes da importância da decisão. Além de responder se aceita ou não as exigências do Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia, a população sabe que a mensagem a ser enviada à Europa será determinante para o futuro do país.
Na icônica praça Syntagma, onde fica o Parlamento grego, o primeiro-ministro Alexis Tsipras pediu que os gregos “escrevam novamente a história no lugar onde a democracia nasceu” e lancem uma mensagem de dignidade à Europa, dizendo não ao “ultimato e ao medo”. “Hoje não protestamos, hoje festejamos, a democracia é uma festa, e festejamos a vitória da democracia”, discursou Tsipras.
Antes do evento na praça, houve confrontos isolados entre alguns manifestantes e a polícia. Os problemas surgiram quando as forças antidistúrbios impediram cerca de 150 pessoas encapuzadas de chegar até o comício. Durante o confronto, alguns manifestantes lançaram pedras contra a polícia, que respondeu jogando bombas de gás lacrimogêneo. Uma pessoa foi presa. Tirando esses incidentes, o ambiente na praça, onde mal se podia caminhar entre tantas pessoas, era de festa.
A poucas ruas dali, em frente ao antigo estádio olímpico da capital grega e entre muitas bandeiras da União Europeia (UE), outras milhares de pessoas se reuniram para apoiar o “sim”. Neste comício, discursaram pequenos empresários, representantes municipais de todo o país e o prefeito de Atenas, o independente Yorgos Kaminis, um dos apoiadores do acordo com os credores internacionais.
“Nos obrigam a votar sem nos dar tempo para pensar, para debater com calma, com uma pergunta que ninguém pode entender. Tsipras já não tem com quem discutir na Europa, ninguém acredita nele. Ninguém nos presenteou com a democracia, nós a construímos com muito esforço e a protegeremos”, disse Kaminis em meio a aplausos.
“Estou a favor de a Grécia permanecer na União Europeia, me sinto tão grega quanto europeia e acredito na solidariedade entre os cidadãos europeus para poder sair da crise”, comentou uma jovem advogada que vive em Bruxelas e viajou para Atenas para votar neste fim de semana.
Dizendo-se simpatizante do Syriza, ela disse estar “decepcionada” com a condução do governo nas negociações com os países da União Europeia, e, por isso, votará “sim” no domingo. Alguns destes manifestantes afirmam que a vitória do “não” na consulta representa meio caminho para a saída do país do euro.
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(Com agência EFE)
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