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Grécia dá calote no FMI. E agora?

Saiba em sete pontos o que pode acontecer com o país europeu nos próximos meses

Por Da Redação
1 jul 2015, 09h31

A Grécia não pagou a parcela de 1,6 bilhão de euros que devia para o Fundo Monetário Internacional (FMI), conforme previam os analistas mais pessimistas há uma semana. O acontecimento é histórico. Primeiro, porque é o primeiro país desenvolvido a dar um calote no fundo internacional, igualando-se a países extremamente pobres, como Sudão e Somália. Segundo, porque aprofunda a crise econômica local, que já era grave, e representa um primeiro passo para a exclusão do país da zona do euro. Saiba em sete pontos o que pode acontecer com a Grécia nos próximos meses.

O que acontece agora na relação com o FMI?

Com o não pagamento da dívida, a Grécia se declara automaticamente em moratória, o que significa que o país perderá o acesso ao capital do FMI. Com isso, a instituição fica legalmente impossibilitada de emprestar dinheiro para a Grécia. Dois meses depois do não pagamento da dívida, é permitido o ínício do procedimento de desligamento da Grécia do FMI. No entanto, para que a expulsão se concretize é preciso ter o consentimento de 85% dos Estados-membros do grupo.

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O que acontecerá após o referendo?

Primeiro, é importante ressaltar que o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou que respeitará “qualquer que seja” a decisão da população. Ele e o seu partido já declararam apoio ao “não” às medidas propostas pelos credores internacionais – FMI, Banco Central Europeu (BCE) e União Europeia (UE).

Caso o “não” vença, o país poderá ficar mais próximo de sair da zona do euro. Isso porque, sem contar com os empréstimos do BCE, o sistema financeiro do país deve entrar em colapso e a crise econômica se aprofundar. Sem conseguir pagar os salários dos servidores e benefícios sociais, o governo seria forçado a adotar uma moeda mais desvalorizada ante o euro.

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Caso o “sim” vença, o partido Syriza que venceu as eleições no início deste ano com a bandeira anti-austeridade se enfraqueceria. Analistas avaliam que a vitória do “sim” poderia até resultar na renúncia do primeiro-ministro.

O que mostram as pesquisas de opinião até agora?

O país parece estar bem divido no tema, com manifestações ocorrendo diariamente a favor tanto do “sim” como do “não”. Segundo jornal o Estado de S. Paulo, pesquisa feita pela Alco para o jornal Proto Thema, 57% dos gregos apoiam o acordo com os credores.

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A Grécia pode sair da zona do euro?

Essa é uma questão ainda incerta, uma vez que não existe um mecanismo de “expulsão” do bloco europeu, simplesmente porque isso nunca ocorreu na história. Líderes europeus, no entanto, tem reforçado que a não adoção das medidas de austeridade propostas pelos credores resultaria na exclusão do país da zona do euro. Por outro lado, o governo grego comandado pelo partido de extrema-esquerda Syriza tem reforçado que expulsão é remota, porque ela traria grandes problemas para o bloco europeu, como a queda na confiança da moeda única.

Como as últimas medidas têm impactado a vida dos gregos?

O governo grego decretou no último domingo o controle de capitais até o dia 6 de julho, um dia depois de ser realizado o referendo. Na prática, isso significa que o bancos ficarão fechados até essa data. Também ficou limitado os saques nos caixas eletrônicos a até 60 euros por dia e foi vetada as transferências de dinheiro para fora da Grécia. Somente os pagamentos de pensionistas e salários foram mantidos.

A medida visa principalmente evitar que a população corra para os bancos para sacar o dinheiro, o que chegou a acontecer no último fim de semana. Sem dinheiro disponível, os bancos ficam incapazes de conceder empréstimos e o sistema financeiro quebra.

Quais são as propostas feitas pelos credores para liberar a verba para a Grécia?

As medidas se resumem a uma palavra: austeridade. A Comissão Europeia divulgou no fim de semana as exigências feitas ao governo grego. São elas: reforma no mercado de trabalho, criação de impostos sobre vendas, elevação do tributo corporativo de 26% para 28%, mudanças na grade salarial da administração pública, alterações no sistema previdenciário, disposição da legislação para evitar a aposentadoria precoce, criação de um imposto sobre propagandas de televisão, aumento de tributo sobre embarcações de luxo, e definição de metas para o superávit primário de 1% do PIB em 2015.

O que arrastou a Grécia para o fundo do poço?

A principal causa foi o desequilíbrio das contas públicas. Há tempos a Grécia tem fama de ser um país que gasta muito e arrecada pouco. A inclusão na zona do euro, inclusive, só foi possível com a maquiagem de dados da dívida do país. O descompasso entre as receitas e a despesas se acentuou com a crise de 2008, que afetou as principais economias do mundo. Depois da quebra do banco americano Lehman Brothers, os investidores estrangeiros passaram a ser mais criteriosos na hora de emprestar o dinheiro. Atualmente, a dívida grega supera os 60% do PIB, limite estabelecido no pacto para a entrada do país na zona do euro. O total da dívida chega à incrível soma de 271 bilhões de euros.

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Consideração:

Vale lembrar que a zona do euro e a UE não significam a mesma coisa. A primeira é formada por 19 países que adotam a mesma moeda, o euro. E a UE é constituída por 28 países que mantém acordos de mercado comum, com a livre circulação de serviços, bens, capitais e pessoas.

(Da redação)

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