Ainda há tempo para salvar ursos polares, diz pesquisa
Mas é preciso reduzir em 70% as emissões dos gases de efeito estufa até 2100
Se nada for feito, população de ursos pode ser reduzida a um terço até 2050
Os ursos polares podem ser salvos da extinção se o homem fizer um corte dramático nas emissões dos gases que aceleram o efeito estufa. A conclusão é de um estudo publicado nesta quarta-feira na revista Nature. A pesquisa conflita com estudos anteriores que diziam que o aumento de temperatura do Ártico teria atingido um ponto praticamente sem volta, a partir do qual a perda de gelo seria rápida e irreversível.
Mas pode não ser bem assim, de acordo com o biólogo Steven Amstrup, da Polar Bears International – uma organização não governamental americana dedicada à preservação dos ursos polares. O estudo de Amstrup é o primeiro a associar a redução de emissão de gases do efeito estufa com a preservação da espécie. A equipe de Amstrup utilizou modelos climáticos globais e cinco níveis diferentes de emissões de gases para estimar a perda do gelo ártico até o próximo século.
Extinção – De acordo com o modelo de Amstrup, se as emissões continuarem nos níveis atuais, até 2050 o habitat dos ursos polares será reduzido à metade, e a população, a um terço. Contudo, se o corte nas emissões for de 70% até 2100, a perda será de dois a cada 10 ursos, o bastante para a preservação da espécie.
Contudo, os pesquisadores estão céticos quanto ao que será feito pelos governos para salvar os ursos. Os esforços para a redução da emissão dos gases estão se provando cada vez mais difíceis à medida que o Protocolo de Kyoto chega ao fim, em 2012. O acordo prevê que os países ricos reduzam as emissões de gases do efeito estufa entre 2008 e 2012 em 5,2% em relação a 1990. A última chance para que metas mais ousadas sejam colocadas em prática, antes que o prazo se expire, será em 2011, na 17ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, na África do Sul.