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Nobel de Química 2015 premia trio por pesquisa sobre reparo do DNA

O sueco Tomas Lindahl, o americano Paul Modrich e o turco Aziz Sancar receberam nesta quarta-feira (7) o prêmio por mapear e explicar como as células "consertam" seu material genético, conhecimento usado para o desenvolvimento de novos tratamentos de câncer

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h01 - Publicado em 7 out 2015, 07h13

O Nobel de Química 2015 premiou nesta quarta-feira (7) três pesquisadores que mapearam os mecanismos biomoleculares naturais com as quais as células reparam erros no DNA e preservam sua informação genética. O sueco Tomas Lindahl, o americano Paul Modrich e o turco Aziz Sancar receberam o reconhecimento por suas contribuições para o conhecimento do funcionamento das células vivas, que é usado, atualmente, para o desenvolvimento de novos tratamentos de câncer.

De acordo com a Academia Real Sueca de Ciências, os cientistas descobriram estruturas que existem em quase todos os seres vivos e funcionam como uma “caixa de ferramentas” natural para “consertar defeitos” que surgem, espontaneamente, na cadeia genética. Os vencedores dividirão o prêmio de 8 milhões de coroas suecas (equivalente a 963.000 dólares).

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Molécula instável – O DNA, que guarda todo o material genético dos seres vivos, é relativamente instável. Milhares de modificações no genoma ocorrem diariamente e ele pode apresentar defeitos, por exemplo, durante a divisão celular, processo contínuo nos organismos vivos. Além disso, a cadeia genética é danificada por agentes externos, como radiações UV, radicais livres e substâncias carcinogênicas. As razões por que nosso material genético se mantém constante e integrado são as estruturas que monitoram e reparam o DNA, continuamente. De acordo com o comitê do Nobel, os três pesquisadores reconhecidos pelo prêmio foram os pioneiros ao revelar o funcionamento dessas estruturas.

Nos anos 1970, enquanto os cientistas ainda acreditavam que o DNA era uma molécula bastante estável (a estrutura do DNA foi descoberta em 1953), os estudos de Lindahl, que trabalha no Instituto Francis Crick em Londres, na Inglaterra, mostraram que o genoma é tão fragil e está sujeito a tantas lesões que a vida dos organismos seria impossível. Isso o levou à descoberta de uma estrutura molecular que, constantemente, repara o material genético das células em seu ciclo. Modrich, pesquisador da Universidade Duke e do Instituto Médico Howard Hughes, nos Estados Unidos, revelou como as células corrigem os erros que acontecem durante a divisão celular – quem nasce com defeitos nesse sistema pode ter uma variante hereditária de câncer de cólon. Sancar, que possui dupla cidadania norte-americana e turca e é pesquisador da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, mapeou o mecanismo celular que as células utilizam para reparar os danos causados pelos raios ultravioletas. Pessoas com problemas congênitos nessa estrutura de correção pode desenvolver câncer de pele ao se expor Sol.

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“O estudo sistemático dos pesquisadores é uma contribuição decisiva para a compreensão de como funcionam as células vivas, bem como seu conhecimento a respeito das causas moleculares de diversas doenças hereditárias e mecanismos por trás do desenvolvimento de câncer e do envelhecimento”, afirmou a Academia Real Sueca de Ciências, em nota.

O Nobel de Química foi o terceiro prêmio entregue este ano. Na segunda-feira (5), o irlandês William Campbell, o japonês Satoshi Omura e a chinesa Youyou Tu ganharam o prêmio de Medicina pelo combate a infecções parasitárias e a malária. Na terça-feira (6), o japonês Takaaki Kajita e o canadense Arthur B. McDonald ganharam o Nobel de Física por descobrirem as oscilações dos neutrinos, partículas elementares da matéria, o que demonstrou que têm massa. Na quinta-feira (8) será anunciado o Nobel de Literatura; na sexta-feira (9), o Prêmio Nobel da Paz e na próxima segunda-feira (12), o Nobel de Economia.

(Da redação)

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