Cientistas querem recriar Marte no Deserto do Atacama
Região chilena é a que mais se assemelha à superfície do Planeta Vermelho
A base será construída em Chajnantor, situado a 5.150 metros de altura e cerca de 1.650 quilômetros ao nordeste da capital Santiago
Cientistas chilenos e de outros países construirão uma base espacial no Deserto do Atacama, local mais árido do mundo, onde pretendem simular, com estufas, as condições físicas do planeta Marte. A informação foi divulgada neste domingo, pelo jornal El Mercúrio.
Segundo a publicação, o plano é uma estratégia do Centro de Pesquisa Lua-Marte, complexo científico, tecnológico e turístico localizado em uma área reconhecida pela comunidade científica internacional como uma das mais parecidas a Marte na Terra, com radiação solar e temperaturas extremas, baixa umidade e fortes ventos.
A base será construída em Chajnantor, situado a 5.150 metros de altura e cerca de 1.650 quilômetros ao nordeste da capital Santiago. No local, o Observatório Europeu Austral (ISSO, na sigla em inglês) é responsável pela construção do Atacama Large Millimeter Array (ALMA), um telescópio de vanguarda para estudar a luz de alguns dos objetos mais frios no Universo.
Laboratórios – Carmen Gloria Jiménez, pesquisadora da Universidade de Antofagasta e uma das coordenadoras chilenas do projeto, explicou que já há experiências prévias em Utah, nos Estados Unidos, e na ilha Devon, no Ártico canadense. Segundo ela, em 2011, serão construídos os primeiros laboratórios, usando como materiais as fuselagens de aviões Hércules.
Na região, serão pesquisados microorganismos denominados extremófilos, entre outros, que sobreviveram por pelo menos 26.000 anos em vulcões e lagos próximos. Entre os promotores do projeto estão a Nasa (agência espacial americana), Mars Society, Instituto SETI, agência espacial da China e mais de 40 empresas que já investem no setor.
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(Com agência EFE)