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Um ano difícil para José Alencar

Vice luta contra câncer e passou mais de 70 dias internado no hospital em 2010

Por Natalia Cuminale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 dez 2010, 16h33

O vice-presidente da República José Alencar passou mais de 70 dias do ano de 2010 nas dependências do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A maioria deles por conta das complicações decorrentes do câncer na região abdominal, diagnosticado em 2006. Alencar enfrenta um sarcoma, um tipo agressivo de câncer, que pode aparecer no tecido adiposo, muscular ou ósseo. Desde 1997, Alencar trava uma batalha contra a doença, que envolveu 17 procedimentos cirúrgicos, quimioterapia e tratamentos experimentais nos Estados Unidos. A situação do vice piorou às vésperas da posse da presidente eleita Dilma Rousseff – Alencar declarou repetidas vezes que desejava comparecer à cerimônia.

A primeira internação de Alencar em 2010 ocorreu em maio. Quase um ano depois de realizar uma cirurgia para retirada de tumores e uma colostomia (desvio do intestino para uma saída aberta na parede abdominal, onde é colocada uma bolsa plástica), o vice-presidente chegou ao hospital para tratar de uma anemia e de uma congestão pulmonar. A visita ao hospital se repetiu em julho, por conta de um quadro de hipertensão. Em agosto, ele apresentou um quadro infeccioso. Em setembro, foi internado para tratar um edema agudo do pulmão e, em outubro, apresentou quadro de suboclusão intestinal. Alencar sofreu um infarto em novembro.

Durante o mês de dezembro, o vice ficou somente cinco dias fora do hospital. No dia 23 de novembro, ele deu entrada no hospital com quadro de suboclusão intestinal. Por conta disso, foi submetido a uma cirurgia para retirar um tumor que estava obstruindo o intestino delgado. A operação, que durou cinco horas, resultou na extração de um segmento de aproximadamente 20 centímetros do intestino delgado e outros nódulos menores. No final do procedimento, ele chegou a sofrer uma arritmia cardíaca, que foi revertida. De acordo com a equipe médica, Alencar tem respondido bem à quimioterapia, no entanto, apresenta nódulos que voltam a crescer e provocam problemas. Na cirurgia realizada em 27 de novembro, os médicos retiraram o tumor que vinha causando obstrução e sangramento, mas não retiraram todos os nódulos menores porque o objetivo da intervenção era resolver os problemas agudos.

O vice teve alta no dia 17 de dezembro. No dia 22 de dezembro, porém, foi novamente internado, com quadro de hemorragia digestiva grave. O vice voltou à mesa de cirurgia, onde ficou por três horas, mas não foi possível chegar ao tumor e estancar o sangramento devido às aderências, ou seja, aos tecidos que estão ‘grudados’ entre as alças intestinais e a parede abdominal. Sem sucesso na operação, os médicos afirmaram que esse era o momento mais difícil de Alencar, com a doença cada vez mais agressiva e um leque limitado de possibilidades de tratamento. As boas notícias vieram no dia de Natal, quando a hemorragia finalmente foi contida pelo uso de medicamentos. As transfusões de sangue foram interrompidas, mas manteve-se a hemodiálise, já que os rins do vice precisam de ajuda para funcionar.

No início desta semana, Alencar voltou a apresentar pequenas hemorragias e foi submetido a uma arteriografia, um exame com o objetivo de identificar a origem do sangramento que pôs sua vida em risco. Durante o procedimento, realizado na terça, a artéria que sangrava foi fechada. O otimismo da equipe médica cresceu e agora o vice deve ser observado para garantir que não ocorram novas hemorragias.

A luta de José Alencar

  • 1997

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    José Alencar retira um câncer do estômago e outro do rim. Perde dois terços do estômago e o rim direito.

  • 2002

    Um novo câncer diagnosticado em Alencar leva à remoção total da próstata.

  • 2004

    Alencar é submetido à extração da vesícula, obstruída por um cálculo.

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  • 2005

    É operado para a desobstrução das artérias coronárias e colocação de um stent.

  • 2006

    Duas internações para a retirada de um sarcoma (tumor maligno) na região do retroperitônio, membrana que reveste os rins e as glândulas suprarrenais.

  • 2007

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    O câncer volta e precisa ser extirpado pela terceira vez.

  • 2008

    Quarta intervenção para a retirada do sarcoma.

  • Janeiro de 2009

    Quinta cirurgia para extirpar o mesmo câncer, em uma complexa operação que dura 17,5 horas.

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  • Março de 2009

    Vice troca um tubo de plástico que fora colocado na alça de seu intestino na cirurgia anterior.

  • Maio de 2009

    Aparecem 18 nódulos na porção inferior do abdômen. Alencar viaja aos EUA para se submeter a um tratamento experimental.

  • Julho de 2009

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    Mais duas cirurgias: uma para desobstrução do intestino e retirada de nódulos e outra para uma colostomia.

  • Maio de 2010

    Quase um ano após a última internação, Alencar passa dois dias no hospital em virtude de anemia e congestão pulmonar. Brinca dizendo que o tumor estava sendo “espantado no tiro.”

  • Julho de 2010

    Alencar é internado com quadro de hipertensão.

  • Setembro de 2010

    Alencar é internado para tratar um edema agudo de pulmão e fica na UTI Cardiológica do Sírio-Libanês.

  • Outubro de 2010

    Com vômitos e dores abdominais, volta ao hospital por causa de uma inflamação no intestino delgado.

  • Novembro de 2010

    Em 11 de novembro, sofre um infarto agudo do miocárdio. Cinco dias depois, é operado para a desobstrução do intestino delgado.

  • Dezembro de 2010

    Sofre uma grave hemorragia e é submetido a uma operação de emergência.

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