Tatto diz que ‘não lembrava’ de sociedade da sua mulher com auditor investigado
Secretário de Transportes de Haddad afirmou que a empresa de sua mulher com um auditor investigado "ficou parada" e não movimentou dinheiro
Por Felipe Frazão
6 nov 2013, 13h06
O secretário municipal de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto (PT), disse nesta quarta-feira que a empresa de sua mulher, Adli Tatto, e do auditor fiscal Moacir Fernando Reis – investigado pela Controladoria-Geral do Município – nunca movimentou dinheiro. O site de VEJA revelou nesta terça-feira que a mulher de Tatto é sócia de Reis no estacionamento Samepark – uma microempresa com sede registrada na residência do petista na Vila Mariana, na Zona Sul da capital paulista.
“A empresa foi aberta em 2010 e ficou escanteada, parada, ninguém deu bola. Nem lembrava da existência dessa empresa”, disse Tatto em entrevista coletiva nesta quarta. “Essa empresa não vingou, faliu antes de começar e não teve movimentação [financeira] nenhuma.”
Reis namora a irmã de Adli. “Volta e meia a gente se encontra. Mas o contato é social pelo fato de ser namorado da minha cunhada”, disse o secretário. Tatto afirmou que “ficou surpreso” e “não sabia que o servidor estava sendo investigado”.
“Não sei dizer se tem algo contra ele, porque não tenho informações sobre a investigação. Mas, do ponto de vista do cotidiano, do dia a dia, não tem qualquer coisa externa que aparente desvio. Mas aí deixa a investigação verificar, tá certo?”, disse Tatto. Questionado se confiava no auditor, Tatto respondeu: “Veja, eu confio em mim”.
Segundo dados da Junta Comercial de São Paulo, além de Adli e Reis, são sócios no negócios Jamile Osman e Salah Ali Osman, cunhados do secretário municipal. Salah Osman também é doador de campanha do parlamentar e do irmão dele, o vereador Arselino Tatto (PT).
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O auditor prestou depoimento no âmbito de uma sindicância que apura a evolução patrimonial de servidores da Secretaria Municipal de Finanças, onde é diretor do Departamento de Fiscalização. Quatro servidores já foram presos por fraude e cobrança de propina de construtoras – um deles liberado após um acordo de delação premiada. O esquema pode ter desviado até 500 milhões de reais do Tesouro, segundo as investigações.
Haddad – Indagado sobre o possível afastamento cautelar de Reis do cargo de confiança, o prefeito Fernando Haddad (PT) disse que vai “aguardar os desdobramentos” e que ainda não era necessário tirar o servidor do cargo. “O importante é que a Controladoria tem carta branca para tudo e vai punir os fiscais que se envolveram em maracutaia”, disse Haddad. “A reputação das pessoas tem de ser preservada.”
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