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Sem estrutura, 21% dos parques estão fechados

Estudo realizado pelo Instituto Semeia apontou ainda que 58% dos parques do Brasil recebe menos de 50.000 visitas por ano

Por Da Redação
30 mar 2013, 11h31

Um levantamento com quase cem parques nacionais, estaduais e municipais do País mostrou que 80% não têm receita gerada por visitação e 21% nem sequer recebem turistas. O estudo, realizado pelo Instituto Semeia, avaliou o uso público destas e de outras unidades de conservação (UCs) abertas ao turismo, a partir de questionários enviados a 443 gestores.

O relatório, em versão preliminar, mostrou ainda que mais da metade dos parques (58%) recebe menos de 50.000 visitas por ano. Em outros tipos de UCs abertos ao público, como Florestas Nacionais e Áreas de Proteção Ambiental, o aproveitamento é ainda menor: 88% não têm receita de turismo e 44% não recebem visitantes. “Não foi uma surpresa, esperávamos resultado semelhante”, admite Ana Luisa Da Riva, diretora executiva do instituto. “Abrir os parques para o turismo significa gasto, então o governo prefere mantê-los fechados.”

Segundo ela, uma das explicações para o baixo índice de visitação em UCs, especialmente nos parques, é a estrutura precária para receber o público. “O perfil do visitante atual é o ecoturista, que vai muito mais por aventura. Não há infraestrutura para receber famílias e pessoas comuns”, afirma Ana Luisa. “Em muitos locais não há nem mesmo serviço para atender os visitantes. Ainda há o problema da falta de planejamento. No Parque Estadual de Ilhabela, por exemplo, não há plano de manejo, o que compromete o potencial de uso público.”

O relatório aponta que dois terços dos gestores das 200 unidades de conservação analisadas se mostram abertos a parcerias para ajudar na conservação e fomentar o desenvolvimento econômico da região onde estão inseridas as UCs. “É fundamental engajar os gestores, que trabalham com poucos recursos e equipe reduzida para fazer a conservação. Eles enxergam a abertura dos parques como uma coisa positiva”, diz Ana Luisa.

Entre as 1.649 unidades existentes no País, pouco mais de 1.000 pertencem a órgãos públicos. A proposta do Instituto Semeia é promover a integração do setor privado na gestão de UCs. “Os recursos públicos não serão capazes de cumprir as metas estabelecidas de conservação”, diz. “O setor privado está de ouvido aberto, mas é um mercado muito novo. O conceito de parceria para conservação como fim principal, e não o turismo, ainda carece de garantias e regulamentações por parte do governo.”

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Nesta perspectiva, o governo serviria como regulador e operador das unidades de conservação, cabendo às empresas privadas apenas gerenciar os serviços. O modelo segue o que já ocorre em outros setores como saúde, educação e até mesmo administração de presídio. O turismo é apenas um dos aproveitamentos possíveis – um exemplo prático de uso alternativo ocorre na Costa Rica, onde existem centros universitários funcionando no interior de parques.

Crescimento – Dos 69 parques nacionais, 26 estão abertos ao turismo e são administrados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), criado em 2007 para diversificar as atividades de ecoturismo e recreação locais.

Os exemplos de gestão compartilhada mais bem-sucedidos ocorrem no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, e no Parque Nacional da Tijuca, no Rio, que autorizaram a diversas empresas a concessão de exploração de serviços e turismo. A estrutura adequada, aliada ao grande apelo de seus atrativos naturais, se traduz nos números. Com 1,5 milhão e 2,5 milhões de visitantes, respectivamente, Iguaçu e Tijuca foram responsáveis por cerca de 90% do total de visitações em parques nacionais no País em 2012.

(Com Estadão Conteúdo)

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