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Divididos, PT e PMDB medem forças no 2º turno no estado do Rio

Lindbergh Farias e Luiz Fernando Pezão são as pontas de lança da disputa que estilhaçou a base de apoio do governo federal nas grandes cidades que voltam às urnas

Por Pollyane Lima e Silva, do Rio de Janeiro
28 out 2012, 10h50

O segundo turno no estado do Rio pode representar os últimos suspiros da aliança entre PT e PMDB que elegeu e reelegeu o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes, na capital fluminense. O melhor exemplo de como os arranjos políticos dos dois partidos começam a caminhar em direções diferentes foi a declaração de Paes, logo após o anúncio do resultado do primeiro turno, de que o vice-governador Luiz Fernando Pezão seria o candidato natural do PMDB ao governo do estado em 2014. Simultaneamente, o senador petista Lindbergh Farias içava velas, frisando a impossibilidade de o PT não ter candidato próprio daqui a dois anos.

2º turno das eleições municipais

  1. • 31.725.967 eleitores estão convocados a voltar às urnas neste domingo.
  2. • Das 50 cidades onde haverá segundo turno, 17 são capitais.
  3. • São Paulo é o estado com o maior número de cidades com novo pleito: 12. O Rio de Janeiro fica em segundo, com 7.
  4. • Para haver segundo turno, o município precisa ter mais de 200.000 eleitores.

Lindbergh e Pezão são as pontas de lança da disputa que estilhaçou a base de apoio do governo federal nas maiores cidades da Baixada Fluminense – Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Belford Roxo -, da região metropolitana – Niterói e São Gonçalo – e do interior – Petrópolis e Volta Redonda. Somados esses colégios eleitorais, estão em jogo 3 milhões de votos neste domingo (confira o perfil das disputas no quadro no fim da reportagem).

A última semana de campanha mobilizou reforços de peso das legendas. Enquanto a presidente Dilma Rousseff aparecia na TV pedindo votos ao candidato do PT em Belford Roxo, o vice-presidente Michel Temer vinha pessoalmente ao estado participar dos eventos dos aspirantes a prefeito do PMDB em Volta Redonda, Nova Iguaçu e Duque de Caxias. Ele também esteve em Petrópolis e foi surpreendido pela visita surpresa do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos. Situação semelhante foi vista em Duque de Caxias, onde PMDB e PSB também estão em lados opostos – e no caso desta cidade especificamente, é o candidato de Campos quem recebe apoio do PT.

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Michel Temer se esforçou para repetir que entrar em campanha municipal contra a base aliada não muda em nada as relações partidárias nacionalmente. Campos não foi tão diplomático e chegou a reclamar da atuação do PT no segundo turno, dizendo que o partido da presidente não retribui na mesma medida o apoio dado pelo PSB. “No segundo turno, o PT disputa em 17 cidades e nós os apoiamos em 11. Nós disputamos em oito cidades e só em uma o PT nos apoia desde o primeiro turno, que é o município de Duque de Caxias. E esse apoio só veio por uma ação direta da Executiva Nacional do PT e do próprio presidente Lula”, afirmou o governador de Pernambuco, que se cacifou para disputar a Presidência da República a partir do desempenho do PSB nas eleições municipais.

Estado – O impacto das disputas de agora no pleito de 2014 pode não ser tão direto. “A partir de março, essas forças vão começar a conversar e, aí sim, teremos um reflexo mais claro dessas relações”, pondera o cientista político César Romero Jacob, da PUC-Rio, lembrando que os primeiros sinais podem ser sentidos na disputa ao governo do estado do Rio. “Se Sérgio Cabral renunciar no fim do mandato para Pezão assumir, vai viabilizar a candidatura do vice e pode minar as intenções de Lindbergh Farias. Isso sim tem capacidade de implodir essa aliança PT-PMDB.”

Pezão e Lindbergh se empenharam nessas eleições municipais como se já estivessem em campanha. O petista, que foi obrigado a abrir mão da candidatura em 2010, rodou 61 municípios onde seu partido tinha candidato próprio ou estava em alguma coligação no primeiro turno. O vice-governador se dedicou mais nos últimos dias de campanha, visitando 32 cidades. Neste segundo turno, os dois aparecem do mesmo lado apenas em São Gonçalo, apoiando o candidato do PDT. O caso mais curioso é o de Petrópolis: Lindbergh é contra o apoio do PT ao PMDB e aparece sozinho pedindo votos ao PSB. “Não tenho dúvida que minha relação com o PSB é muito consolidada no estado do Rio. Acho que a tendência do PSB é nos apoiar”, diz ele. Para Pezão, o natural é que o PSB permaneça em seu arco de alianças.

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Leia também: Disputa pelo governo do Rio em 2014 põe PT e PMDB em lados opostos

Quem também não quer ficar de fora desse teste de forças é o ex-governador Anthony Garotinho, cujo partido, o PR, está vivo na disputa em São Gonçalo – segundo maior colégio eleitoral do estado – e Volta Redonda. Ele ainda dá seu apoio ao candidato do PRTB em Belford Roxo. Nos três municípios, o deputado bate de frente com o atual governador Sérgio Cabral e o vice Luiz Fernando Pezão, dando mais uma amostra da trinca que deve ser formada na disputa pelo estado dentro de dois anos.

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