O PT já trabalha para blindar a candidata do partido à Presidência, Dilma Rousseff, do escândalo envolvendo a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, sucessora de Dilma no cargo. O presidente nacional do partido, José Eduardo Dutra, disse na noite de segunda-feira que a candidata do PT não vai responder sobre o caso.
Em sua edição desta semana, VEJA traz à tona o esquema de aparelhamento do estado montado sob a supervisão de Erenice. Com a anuência da mãe, o filho da ministra, Israel Guerra, transformou-se em lobista em Brasília, intermediando contratos milionários entre empresários e órgãos do governo, mediante o pagamento de uma “taxa de sucesso”.
A empresa de Israel se chama Capital Assessoria e Consultoria. Não bastasse fazer uso da influência da ministra para fazer negócios, a “consultoria” ainda tem como sócios dois servidores públicos lotados na Casa Civil. “Cabe à atual ministra dar as explicações necessárias”, afirmou Dutra.
Segundo o presidente do PT, Erenice não pode ser responsabilizada caso sejam comprovadas as irregularidades cometidas por Israel. A ministra, porém, chegou a ser apresentada pelo filho a Fábio Baracat, empresário do setor de transportes que, no segundo semestre do ano passado, buscava ampliar a participação de suas empresas nos serviços dos Correios.
Dutra disse que o escândalo envolvendo Erenice é um “assunto do governo” e, como Dilma já não presta mais serviços ao Executivo Federal, não cabe a ela tratar sobre o assunto. O presidente do PT falou aos jornalistas em Fortaleza.