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Procura-se um candidato tucano ao governo do Rio

Com PT e PMDB em franca disputa, PSDB corre para encontrar um nome que tenha força para concorrer ao Palácio Guanabara e garantir palanque para Aécio Neves em 2014

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 jan 2013, 10h54

Dentro do partido, os nomes cogitados são os o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco, e o ex-presidente do BNDES Edmar Bacha. Nenhum deles, no entanto, tem interesse na empreitada

A antecipação do lançamento de candidaturas para o governo do Rio de Janeiro impôs ao ninho tucano uma missão prioritária para 2013: a de encontrar um nome para disputar o Palácio Guanabara no ano que vem. O objetivo principal é armar o palanque fluminense para Aécio Neves, o provável escolhido pelo PSDB para concorrer à Presidência. Diante do fraco desempenho eleitoral no estado nas últimas eleições majoritárias, o partido tenta buscar um nome não necessariamente ligado à política, sem desgastes, que possa se apresentar como a alternativa aos candidatos originários da base aliada de Sérgio Cabral: o vice-governador Luiz Fernando Pezão, do PMDB, e o senador petista Lindbergh Farias. Ambos estão, desde as eleições municipais de 2012, empenhados em reafirmar sua disposição de incondicionalmente disputar o governo.

Na ausência de um candidato natural, partiu da executiva nacional do PSDB a ideia de escalar para a disputa fluminense um economista de destaque, com visibilidade nacional, que tenha atuado no governo de Fernando Henrique Cardoso. Dentro do partido, os nomes cogitados são os o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco, e o ex-presidente do BNDES Edmar Bacha. Nenhum deles, no entanto, tem interesse na empreitada.

O caminho até 2014 é difícil para o PSDB no Rio. Em todo o estado, a sigla elegeu apenas dois prefeitos nas eleições de 2012. Na Câmara de Vereadores da capital, a legenda conseguiu emplacar apenas dois nomes. Na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), são três os representantes tucanos. Sem um candidato natural ao governo do estado, a alternativa será apostar em um perfil fora das figuras óbvias. Dada a complexidade e o alto risco da missão, ainda não há respostas. Até o momento, apenas o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga se manifestou, rechaçando a possibilidade de concorrer ao cargo.

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“Acho que precisamos de uma figura diferenciada, nova, que tenha dimensão nacional e que possa promover uma mudança na temperatura política do Rio. Os nomes são de pessoas ligadas à política, mas não à política eleitoral – nunca passaram pelo crivo da urna”, disse Luiz Paulo Correa da Rocha, deputado estadual e presidente do diretório estadual do PSDB. “Malan, Armínio, Gustavo Franco ou Bacha são vistos com bons olhos pelo diretório estadual até porque os quatro tiveram grande destaque no governo de Fernando Henrique”, afirmou.

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Para o deputado federal Otávio Leite, presidente do diretório municipal do partido, é imprescindível que o PSDB lance candidatura própria. “No Rio, provavelmente sairão candidatos o Pezão, o Lindbergh e o Garotinho. O campo oposicionista terá espaço. A questão é lançar, este ano, as bases da nossa candidatura e trabalhar a imagem no interior”, disse Leite.

Os tucanos do Rio apostam que a popularidade do candidato só dispara quando o jogo eleitoral começa. Mais precisamente quando a campanha está na rua. Essa é a expectativa para tornar os nomes desejáveis competitivos – ou, pelo menos, colaborativos no palanque de Aécio. Em 2010, a chapa para o governo do estado foi encabeçada por Fernando Gabeira, do PV, com o vice do PSDB, Márcio Fortes. Na ocasião, os dois se apresentaram ao lado dos presidenciáveis José Serra e Marina Silva.

Para 2014, o PSDB não abre mão de uma candidatura própria, que fortaleça Aécio, o PSDB no estado e os postulantes à Alerj e à Câmara. “Há uma tentativa de reproduzir o que Luiz Inácio Lula da Silva fez em São Paulo: escolheu o nome de Fernando Haddad, um acadêmico que saiu da USP, que não tinha ligação maior com áreas populares. É possível que haja êxito, mas há uma diferença importante entre Rio e São Paulo: o PT tinha estrutura nas áreas populares, uma máquina para trabalhar pelo Haddad”, explica Cesar Romero Jacob, cientista político da PUC-Rio.

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No Rio, o grande desafio do PSDB será encontrar respaldo nas áreas populares e no interior. Uma fissão no grupo de Cabral pode ser uma brecha para a apresentação de uma nova via. O racha é praticamente certo entre PT e PMDB. No entanto, enfrentar Pezão, Lindbergh e as máquinas petista e peemedebista será tarefa duríssima. Se concretizada a escolha de um dos nomes cogitados pela executiva nacional tucana, o desafio será conseguir novos caminhos além da classe média de perfil mais conservador e avançar sobre áreas onde o PSDB perde força – como a zona oeste do Rio, que foi reduto do ex-governador tucano Marcello Alencar – ou onde o partido praticamente não tem penetração.

“A escolha de um acadêmico me parece uma tentativa de escolher alguém sem arestas tanto como grupo de Marcello Alencar como de Cesar Maia (DEM). Seriam nomes aceitáveis pelas várias correntes políticas e poderiam agregar todas as oposições ao Sérgio Cabral em torno de uma candidatura”, analisa Jacob.

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