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Polícia reforça investigações sobre morte de Décio Sá

Jornalista foi executado na noite desta segunda em um bar de São Luís. Em seu blog, ele fazia críticas e denúncias contra políticos e autoridades

Por Da Redação
25 abr 2012, 15h10

As investigações sobre o assassinato do jornalista Décio Sá foram intensificadas, de acordo com o secretário estadual da Segurança Pública do Maranhão, Aluísio Mendes. Sá foi morto com seis tiros na noite desta segunda-feira, quando estava em um bar, em São Luís. Uma força tarefa foi montada para a realização das investigações.

De acordo com a SSP do Maranhão, imagens de circuitos internos e das barreiras eletrônicas (radares) na área da Avenida Litorânea, onde fica o bar em que Sá estava no momento do crime, foram recolhidas e estão sendo analisadas pela polícia. Familiares e frequentadores do bar também estão sendo ouvidos pelos delegados que acompanham o caso.

Décio trabalhava na editoria de política do jornal O Estado do Maranhão, que pertence à família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Ele também mantinha havia cinco anos um blog onde fazia críticas a políticos, principalmente os de oposição à família Sarney.

Crime – O jornalista estava desacompanhado quando dois homens chegaram ao bar em uma moto. Um deles entrou no estabelecimento e foi até o banheiro. Ao retornar, armado com uma pistola, disparou seis tiros. Cinco atingiram o jornalista e o último ficou no chão. A arma de calibre ponto 40 é de uso privativo da polícia.

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Segundo as investigações, o crime foi planejado e executado por profissionais. Os depoimentos ouvidos até agora apontam que o jornalista estava sendo seguido desde a sede do jornal O Estado do Maranhão. A polícia afirmou ainda que o blogueiro não declarava ter recebido ameaças de morte. O computador e o telefone pessoal dele já estão em poder da polícia, que também usará notícias publicadas no Blog do Décio para investigar a morte.

Blog – Uma das últimas reportagens publicadas em seu blog, horas antes do crime, é sobre o julgamento de pistoleiros da região acusados de matar, em 1997, o líder comunitário e sem-teto Miguel Pereira Araújo, conhecido como Miguelzinho.

Em fevereiro, Décio afirmou que a oposição estava fazendo “um verdadeiro cavalo de batalha” em torno do processo de cassação da governadora Roseana Sarney, que tramita no Tribunal Regional Eleitoral do estado (TRE). “Tudo bobagem”, escreveu. No fim de março, Décio Sá criticou um encontro na Assembleia Legislativa do estado para comemorar os noventa anos do PCdoB. Disse que a reunião não passava de “comunismo de araque”.

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O jornalista também usava o blog para ressaltar os feitos do governo de Roseana Sarney. No último dia 13, por exemplo, escreveu sobre a inauguração do Hospital Geral de Barreirinhas. No post – ilustrado com diversas fotos da governadora do Maranhão – Décio afirma que a obra custou 6,5 milhões de reais, pagos com “recursos exclusivamente do governo do estado”.

Décio, que tinha 42 anos, trabalhou no jornal O Imparcial e foi correspondente da Folha de S.Paulo. Há 17 anos, trabalhava no jornal O Estado do Maranhão. Ele deixa uma filha de 8 anos e a mulher, grávida de dois meses. O jornalista foi enterrado, nesta terça-feira, no cemitério Jardim da Paz, na Estrada de São José de Ribamar.

(Com Agência Estado)

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