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Polícia Civil anuncia delegacia na Rocinha – em meio à crise das UPPs

Com o retorno dos tiroteios, será montada uma nova unidade para investigar apenas crimes cometidos nos limites da favela

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 nov 2013, 16h52

O projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio de Janeiro enfrenta o momento de maior descrédito desde o seu início, em 2008. A pacificação da Rocinha, que passou por uma das principais operações anunciadas pelo Estado para coibir “a presença ostensiva do crime”, como gosta de frisar o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, está em xeque: a favela passa por constantes tiroteios promovidos pela briga de duas facções que disputam o comando do tráfico. A polícia está lá, inclusive com o Batalhão de Choque, mas os bandidos voltaram a agir. É nesse cenário que a Polícia Civil anunciou nesta quarta-feira que vai instalar, no máximo até janeiro de 2014, uma delegacia na favela, que terá como tarefa principal a de investigar crimes cometidos dentro da Rocinha. A unidade ficará perto do complexo esportivo, que não é dentro da favela, mas em frente.

A delegacia servirá também para desafogar a 15ª DP (Gávea), que teve aumento de registros desde que a Rocinha foi ocupada, sobretudo com denúncias de violência contra a mulher. A nova delegacia terá aproximadamente 40 policiais e dois delegados. “Serão escolhidos a dedo por mim. Terão um perfil investigativo para trabalhar com dados da inteligência e, ao mesmo tempo, ser uma pessoa com interlocução pessoal com a comunidade”, disse a chefe da Polícia Civil, Marta Rocha.

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A ida da Polícia Civil, segundo Marta, não tem ligação direta com a crise da pacificação na Rocinha. A facilidade de encontrar o espaço, que pertence à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, foi um dos facilitadores. É possível que os agentes se instalem no prédio de 400 metros quadrados em dezembro.

O Complexo do Alemão também receberá uma delegacia própria até março do ano que vem. Assim como na Rocinha, o conjunto de favelas na Penha terá um núcleo destinado apenas ao atendimento da mulher. “A proximidade que teremos com a Polícia Militar nas favelas pacificadas fortalecerá a nossa relação”, diz Marta.

O projeto de instalar delegacias em favelas de grande porte é uma das alternativas do Estado para tentar resgatar o prestígio das UPPs, que deram a Sérgio Cabral uma reeleição tranquila, com vitória no primeiro turno em 2010 com 66% dos votos. Por ora, a situação da criminalidade no Rio, medida em porcentual, teve um aumento significativo: cresceram em 38% os homicídios no Estado, na comparação de agosto deste ano com o mesmo mês do ano passado. Se na capital o projeto das UPPs mostra suas falhas, na Baixada Fluminense os prefeitos reclamam da migração de bandidos fugidos de favelas pacificadas. É um mau momento para Cabral, que via na segurança a principal arma para conseguir eleger o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, como chefe do executivo estadual.

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