Perillo é citado em mais uma gravação de Cachoeira

Nos telefonemas, o contraventor aparece indicando funcionários que deveriam ser contratados para trabalhar no governo de Goiás

Por Da Redação
16 abr 2012, 21h38

Marconi Perillo, governador de Goiás (Geraldo Magela/Agência Senado/VEJA)

Gravações divulgadas nesta segunda-feira pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, revelaram conversas entre o ex-vereador Wladimir Garcez (PSDB) e o chefe da máfia dos caça-níqueis de Goiás, Carlinhos Cachoeira. Nos telefonemas, o contraventor aparece indicando funcionários que deveriam ser contratados para trabalhar no governo do tucano Marconi Perillo.

“Então é o seguinte, o governador liberou os negócios dele e eu falei para ele que nós temos mais quatro pedidos”, diz Garcez na conversa gravada pela Polícia Federal em 11 de março do ano passado. “A Roseana pode ser um salário de 2 mil. A Vanessa é gerência, tá?”, determina Cachoeira.

Em outro trecho, Garcez aparece comemorando as nomeações conseguidas. “Nós estamos com sete pessoas só aqui, né?”, afirma Garcez. “Ocê é o cara que mais põe gente nesse governo aí”, comemora o chefe da máfia. Em seguida, o ex-vereador informa: “Agora, tem uns carguinhos que nós vamos poder atender muita gente”.

O governador de Goiás não se pronunciou a respeito das acusações. Há duas semanas, Eliane Gonçalves Pinheiro, chefe de gabinete de Marconi Perillo, pediu exoneração do cargo depois que foram reveladas conversas entre ela e Carlinhos Cachoeira.

Desde fevereiro, quando Cachoeira foi preso, as relações suspeitas entre ele e políticos de diversos partidos não param de ser reveladas. Além do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e de Perillo, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, está cada vez mais envolvido. Cláudio Monteiro, chefe de gabinete de Agnelo, deixou o cargo há poucas semanas acusado de receber uma mesada do contraventor. Nesta segunda-feira, a Ong Adote um distrital entrou com um pedido de impeachment contra o governador na Câmara legislativa da capital.